Yasmin Capdeville, de 22 anos, e Luanna Caroline Muniz de Souza, de 21, afirmam que foram constrangidas por um garçom em um restaurante de São Gonçalo (RJ), no último dia 13. Casadas há cinco anos, o casal tem um menino de 9 meses, que estava com as duas no local. As informações são do Uol.

De acordo com Yasmin e Luanna, o funcionário do restaurante teria parado de servi-las após as duas afirmarem que eram as mães da criança. Ainda segundo o casal, o garçom que servia a mesa conhecia Luanna e perguntou por sua família.

Neste momento, a mulher afirmou que havia acabado de ser mãe e o funcionário a parabenizou. Tempo depois, as duas se levantaram para trocar a fralda do bebê. Yasmin estava com o filho no colo e o mesmo garçom teria se aproximado para perguntar qual o parentesco dela com o menino.

Ao responder que também era mãe do bebê, ela conta que o profissional foi lesbofóbico. “Ele falou que não era possível eu ser a mãe, já que a Luanna tinha se apresentado como mãe também, e que não dava para uma criança ser metade minha e metade dela. E repetiu que aquilo não estava certo. Ainda perguntou de quem era o DNA”, contou Yasmin ao Uol.

Na sequência, o casal conta que retornou para a mesa, mas que o garçom não voltou mais para atendê-las. As duas chegaram a chamar pelo gerente do local, mas após 30 minutos aguardando elas decidiram deixar o restaurante.

“A gerente apareceu somente no momento em que fomos pagar a conta. Explicamos tudo que aconteceu e ela só pediu desculpa. Ainda cobrou os 10% do serviço, mas falamos que não iríamos pagar”, contou Luanna ao Uol.

Delega não quis registrar B.O.

Segundo Yasmin e Luanna, após o episódio, elas foram para uma delegacia, mas a delegada de plantão não quis fazer o boletim de ocorrência. “Ela nos explicou que o garçom não usou nenhuma palavra pejorativa que nos ofendesse. E ainda acrescentou que se não tivéssemos como provar o que aconteceu, nossa denúncia poderia voltar contra a gente, como se estivéssemos dando falso testemunho”, contou Luanna.

Para a advogada Tatiane Velloso, que representa o casal, julgar se houve ou não crime mostra despreparo da polícia no atendimento. “Quem analisa se há ação penal, ou seja, crime, é o Ministério Público. Não cabe à delegacia escolher. E no caso da Yasmin e da Luanna, não precisa ter ocorrido um xingamento. Se a vítima se sentir discriminada, ela deve denunciar”, explicou Tatiane ao Uol.

Procurado pelo Uol, o restaurante Frontera afirmou, em nota, repudiar “toda e qualquer ação homofóbica, dentro ou fora de seus restaurantes e prova disto está o respeito para com a sua própria equipe de colaboradores, composta por pessoas de diversas orientações sexuais.”

Ainda conforme a nota do restaurante, os representantes da empresa estão conversando com Yasmin e Luanna e o local “está tomando todas as providências necessárias junto ao funcionário envolvido.” Já a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que está apurando o caso.