A relação entre Bruna Biancardi e Amanda Kimberlly, mães das filhas de Neymar, tem sido marcada por desentendimentos públicos, especialmente em torno da exposição das crianças nas redes sociais. Recentemente, Bruna compartilhou uma foto de sua filha Mavie com Helena, filha de Neymar com Amanda, mas posteriormente apagou a imagem, alegando que a mãe de Helena havia solicitado. No entanto, Amanda desmentiu essa versão, afirmando que nunca pediu a remoção da foto, mas apenas que fosse avisada antes de qualquer publicação envolvendo sua filha, devido aos ataques que Helena tem sofrido nas redes sociais.
A situação se intensificou quando Amanda divulgou prints de conversas privadas com Bruna, esclarecendo que seu pedido era para ser comunicada previamente sobre as postagens, não para exigir a exclusão das imagens. Ela enfatizou que, como mãe, está cuidando da imagem da filha e deseja preservar sua privacidade diante dos ataques online.
Esses conflitos têm causado desgaste também para Neymar, que estaria cansado de atuar como mediador entre a atual companheira e a ex. Fontes próximas ao jogador indicam que ele está no limite da paciência com os constantes desentendimentos, que vêm abalando a harmonia familiar.
Segundo a advogada especialista em Direito das Famílias, Letícia Peres, tanto o pai quanto a mãe têm o direito de publicar fotos dos filhos, sendo importante que exista concordância de ambos, e terceiros necessariamente precisam ter autorização dos genitores para compartilhar fotografias de seus filhos.
É fundamental ter atenção ao chamado “sharenting”, que é a prática excessiva de compartilhamento na internet por pais ou responsáveis de imagens e informações sobre a vida da criança ou adolescente, sua rotina e até mesmo o conteúdo de processos judiciais que tramitam com segredo de justiça, nos quais a criança esteja inserida.
“No caso de pessoas públicas, é necessário ter mais cuidado com a privacidade da criança, em virtude das redes sociais serem monetizadas, o que não ocorre da mesma forma com crianças cujos pais não são famosos. Porém, a exposição pode gerar prejuízos comprovados à criança, principalmente quando ela sinaliza não querer tirar fotos ou ser filmada. A Súmula 403 do STJ determina que, independentemente da comprovação de prejuízo, a publicação não autorizada da imagem de uma pessoa com fins econômicos ou comerciais pode gerar indenização”, afirma à IstoÉ Gente.
A advogada lembra que, em caso de uso indevido da imagem ou sofrimento emocional, os responsáveis legais podem ser responsabilizados civil e criminalmente. “A identidade digital precisa ser um ato de espontaneidade da criança, independentemente de atender aos interesses de terceiros, porque é ela quem sofre diretamente as consequências do assédio originado por essa exposição”, finaliza.
Conflito entre as mães das filhas de Neymar pode prejudicar as crianças?
Será que esses desentendimentos entre Bruna Biancardi e Amanda Kimberlly, as mães das filhas de Neymar, podem prejudicar as crianças? A reportagem também conversou com o psicólogo Alexander Bez, que analisou o caso.
Esse tipo de situação é muito mais comum do que as pessoas imaginam. Conflitos entre pessoas que já tiveram um relacionamento e precisam manter algum tipo de vínculo, geralmente por causa dos filhos, acontecem com frequência. Independentemente de existir ou não algum desejo inconsciente, a tendência é que esses cenários se agravem. Caso haja desejo, consciente ou não, o impacto costuma ser ainda maior, algo que só pode ser identificado no processo psicoterapêutico.
Do ponto de vista psicológico, a amizade plena entre quem já teve uma relação afetiva e quem convive atualmente com a mesma pessoa é considerada um contrassenso existencial e familiar. Qualquer gatilho, mesmo aparentemente pequeno, pode desencadear reações intensas e imprevisíveis, já que o inconsciente estimula manifestações raivosas, agressivas ou de rejeição.
Na verdade, mais do que desejo, a questão central está ligada à perda conjugal. Antes, havia um vínculo exclusivo; agora, essa relação se modificou. Essa transição é de difícil aceitação, principalmente quando houve sentimento verdadeiro em algum momento da trajetória. Nesses casos, a convivência se torna inevitavelmente delicada.
Os conflitos entre famílias podem gerar sérios problemas nas crianças, afetando sua saúde emocional e até a relação entre irmãos. Embora, para quem se desligou da relação, a situação já possa estar superada, os envolvidos tendem a entrar em desavenças justamente porque não conseguem lidar com a presença e o papel do outro. Existe uma máxima na psicologia: “o que passou, passou”. Quanto menos contato houver, melhor. No entanto, quando existem filhos, esse contato se torna inevitável e exige das partes muita paciência e maturidade emocional para preservar a convivência.
Colocar as crianças em primeiro lugar é fundamental, evitando que elas sejam expostas a conflitos familiares que podem desencadear transtornos ansiosos, depressivos, escolares e até alimentares. Esses impactos podem ser minimizados quando há um esforço consciente para manter uma convivência mais saudável dentro das possibilidades. O grande desafio está justamente em aprender a lidar com essa dinâmica.
Neymar é pai de quatro crianças. O primogênito, Davi Lucca, tem 13 anos e é fruto da relação com Carol Dantas. Depois veio Mavie, hoje com 1 ano e 10 meses, filha do atleta com Biancardi. Na sequência, nasceu Helena, de 1 ano e 1 mês, resultado de um breve relacionamento do craque com Kimberlly, durante o período em que estava separado da atual esposa. A caçula, Mel, tem apenas um mês e também é fruto do casamento com Bruna.