As Mães da Praça de Maio impediram, nesta segunda-feira, a entrada em sua sede em Buenos Aires de um oficial da justiça para inventariar o arquivo da associação de defesa dos direitos humanos, no contexto de um processo de falência.

Apoiadas por centenas de manifestantes, as militantes impediram a passagem do oficial de justiça, que teve que se retirar sob escolta da polícia sem realizar a diligência.

As Mães haviam pedido que seus partidários fossem à sede localizada em frente ao Congresso da Nação em “defesa do arquivo histórico” da associação.

“Deram a ordem para quebrar a cerca. Não se preocupam com nada, estão quebrando o país”, disse a repórteres Hebe de Bonafini, presidente da organização humanitária que procura seus filhos desaparecidos durante a ditadura (1976-1983).

A associação foi declarada falida em junho de 2017, depois de uma ação movida por um ex-funcionário cobrando salários não pagos.

Bonafini acredita que a ordem judicial para entrar na sede é uma represália por sua oposição ao governo do presidente liberal Mauricio Macri.

“Este é o preço de ter dito desde o primeiro dia que ele era nosso inimigo, não estamos enganadas em nada”, observou a líder das Mães.

O advogado Daniel Truffat indicou que a ordem judicial era “para realizar o inventário na sede” sem remover qualquer documento do local.