Mãe revela como matou e esquartejou filho na Itália

GEMONA, 5 AGO (ANSA) – A italiana Lorena Venier, que assassinou e esquartejou o próprio filho, Alessandro Venier, de 35 anos, em Gemona, na província de Údine, detalhou nesta terça-feira (5) como cometeu o crime e revelou que a “agonia durou seis horas”.   

A dinâmica do crime foi contada pela enfermeira italiana, de 61 anos, durante a audiência de validação da prisão perante o juiz de instrução do Tribunal de Údine, na região de Friuli-Venezia Giulia.   

“Decidimos matá-lo colocando-o para dormir: esvaziei uma cartela inteira de remédio na limonada, mas não foi o suficiente. Nesse momento, dei a ele duas injeções de insulina, já que ele não conseguia dormir completamente”, relatou.   

Segundo Lorena, ela tomava o medicamento em casa há cerca de cinco anos, quando havia decidido cometer suicídio. “Eu as recebi do meu trabalho, porque na época decidi usá-las para me matar”.   

A assassina disse ainda que ela e a esposa de seu filho, a colombiana Mailyn Castro Monsalvo, de 30 anos, anestesiaram Venier com um comprimido para dormir por volta das 17h30, mas ele só morreu perto das 23h (horário local).   

“Assim que a insulina fez efeito, tentamos sufocá-lo com um travesseiro, mas Alessandro continuou a lutar, mesmo estando completamente exausto”, acrescentou.   

De acordo com a mãe da vítima, o plano inicial “não incluía cortá-lo em pedaços”: “Fiz isso sozinha quando percebemos que o corpo não caberia na lixeira onde deveria se decompor, esperando para espalhar os restos mortais pelas montanhas. Nesse momento, com uma serra, cortei-o em três pedaços, e Mailyn o levou para a garagem e cobriu com cal”.   

Durante a audiência, Lorena também disse que Mailyn pedia para ela matar seu filho há meses, desde o dia em que sua filha nasceu, em janeiro.   

“Mailyn foi violentamente espancada, insultada e repetidamente ameaçada de morte”, explicou a mulher. “Meu filho minimizou a depressão pós-parto dela e, quando decidi denunciar, ele me deu um soco nas costas”.   

Detalhando o plano do assassinato premeditado que ela e a nora estavam planejando há seis meses, a enfermeira explicou aos investigadores que, “logo depois que Alessandro foi morto e a situação se acalmou, Mailyn teria retornado à Colômbia, para sua família, com seu bebê”.   

As transcrições dos depoimentos também revelaram um novo elemento sobre a iminente viagem de Alessandro ao país sul-americano. Ao contrário de especulações anteriores, a vítima – que precisava deixar o país com urgência antes que uma condenação por lesão corporal grave fora da família fosse executada – não viajaria com Maylin e sua filha, mas sozinha.   

As duas mulheres teriam, portanto, acelerado o crime para explorar a circunstância, tendo em vista que o homem havia anunciado aos amigos que se mudaria definitivamente para a Colômbia, para que ninguém o procurasse. Desta forma, seu desaparecimento não levantaria suspeitas.   

Além disso, a avó também revelou um detalhe sobre a versão dos eventos que ambas teriam compartilhado com a neta quando ela crescesse: “Teríamos dito apenas coisas boas sobre o pai dela, o teríamos retratado de forma positiva, mantendo a verdade da violência que sofremos escondida para sempre”.   

Em entrevista à ANSA, a procuradora-adjunta de Údine, Claudia Danelon, explicou que o promotor responsável pelo caso ordenou a realização da autópsia na vítima do assassinato e revelou que a polícia judiciária está processando as notificações, mas, dada a complexidade das investigações, ainda não foi definida uma data.   

“Considerando a situação particular em que o corpo foi encontrado, é possível que o perito designado, por sua vez, utilize outros especialistas que o auxiliem a apurar todos os detalhes do ocorrido”, acrescentou ela, afirmando que os advogados de defesa de Lorena e Mailyn também anunciaram que nomearão peritos independentes para participar do exame. (ANSA).