Grávida de seu segundo filho, Jessyka Severo Bianchi Gonoring descobriu em um primeiro ultrassom que o feto tinha uma condição chamada onfalocele, que é quando a parede abdominal não se desenvolve do jeito esperado, deixando órgãos como o intestino e o fígado para fora do abdômen, de acordo com informações da Revista Crescer.

Apesar disso, o problema poderia ser resolvido quando o bebê nascesse com tratamentos clínicos ou até mesmo uma cirurgia. O que ela não esperava, no entanto, é que o feto teria outra má formação, que, além de mais dificuldades, tornaria impossível detectar seu sexo apenas verificando o formato do órgão sexual. A família passou quase dois meses sem saber se a criança era um menino ou uma menina.

“A criança nasceu com extrofia da bexiga. Ela tem uma cloaca, que é quando o trato urinário e o intestinal ficam no mesmo lugar. A má formação afeta a parte genital, a púbis fica aberta, o osso não fecha. Então, você olha e não consegue identificar. A genitália é ambígua”, explicou à Revista Crescer Lincoln Bertholi Rohr, pediatra encarregado do caso, no Hospital Infantil de Vila Velha, para onde o bebê foi transferido, assim que descobriram sua condição. “Para saber o sexo, fizemos uma identificação dos cromossomos. Se fosse XX, seria menina, XY, menino, mas o resultado demora”, contou.

Foi só quase dois meses depois do nascimento do bebê, que o resultado do exame saiu, revelando o sexo da criança. Mas a equipe do hospital Infantil fez mais do que entregar à família um simples envelope. Uma das enfermeiras teve a ideia de contar em um chá-revelação.

“No dia 13, saiu o resultado tão aguardado, porém não quiseram me falar. Quando foi umas 10h30, me chamaram e eu me deparei com a equipe me aguardando. Foi uma emoção muito grande, pois percebi o carinho que todos tiveram e têm com ela e comigo”, conta Jessyka, que estourou um bastão de onde saíram vários papeizinhos cor de rosa, indicando que era uma menina. “No fundo, já sabia q era a Emilly”, disse a mãe à Crescer.