06/10/2020 - 19:05
Gabrielle Veiga Mestre, de 20 anos, descobriu pela sua mãe que parte do seu currículo foi usado para etiquetas de preços para um bolsa em uma loja na região central da cidade de Jaboticabal, no interior paulista.
Ao receber a notícia, Gabrielle usou as redes sociais para desabafar sobre a situação.
“A minha mãe sempre compra na loja e ao olhar na vitrine viu que na etiqueta de preço tinha uma foto. Isso chamou a atenção dela e ao olhar de perto percebeu que meu currículo estava picotado e era a minha foto que estava na etiqueta”, relata a autônoma.
Para piorar o incidente, a mãe de Gabrielle, Fabiana Veiga, encontrou o currículo da filha como etiqueta em outras bolsas do estabelecimento.
“Eu fui olhando as etiquetas e foi caindo a ficha de que tudo ali eram currículos. A gente fica chateada, porque vejo o quanto ela está se esforçando para achar um trabalho e fica na esperança de alguém ligar chamando para uma entrevista. E ver que eles fazem isso com os currículos, a gente fica triste”, conta Fabiana ao UOL.
“Você dedica seu tempo para preparar um currículo, gasta um dinheiro que você já não tem para pagar transporte e levar seu material com a esperança que alguém vá olhar e te dar uma oportunidade… e eles fazem isso. Achei falta de respeito”, lamenta a jovem.
Com dificuldade para conseguir um emprego fixo, Gabrielle contou que faz alguns desenhos e atua ocasionalmente como garçonete. Com isso, ela decidiu tentar o comércio com a proximidade do fim de ano. De acordo com a jovem, mais de 90 currículos foram entregues.
“Há mais de um ano eu estou procurando emprego, mas como tenho pouca experiência é difícil ter uma oportunidade e com a pandemia a situação ficou mais complicada”, conta Gabrielle.
Ao UOL, uma funcionária da loja, que preferiu não se identificar, contou que houve um engano na escolha das folhas para fazer as etiquetas, as quais são feitas à mão.
A funcionária disse ainda que a etiqueta que estava com a foto de Gabrielle no verso já foi retirada de bolsa.