A mãe do brasileiro preso por assassinato e recapturado na quarta-feira (13) depois de quase duas semanas foragido defendeu seus crimes, dizendo que ele “não teve outra escolha” a não ser matar sua ex-namorada.

A mãe de Danelo Cavalcante, Iracema, culpou sua namorada, Débora Brandão, pelo próprio assassinato em entrevista na terça-feira.

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“Isso aconteceu? Aconteceu. Mas aconteceu por causa do estrangulamento que ela exerceu sobre ele, da postura que ela assumiu com ele”, disse Iracema sobre seu filho esfaquear Brandão até a morte enquanto seu filho e sua filha estavam presentes. “Não foi feminicídio”, disse Iracema ao New York Times . “Ele tinha que fazer isso, ele não tinha outra escolha.”

As autoridades da Pensilvânia acreditam que Danelo, 34, matou Brandão, 33, em abril de 2021, depois de descobrir evidências de que havia assassinado uma pessoa no Brasil, quatro anos antes.

“Se eu dissesse que meu filho não cometeu um erro, estaria mentindo”, disse ela. “Eu sei que o que meu filho fez foi errado. Eu sei que meu filho deveria pagar por seu erro. Mas quero que meu filho pague por seu erro com dignidade – e não com a vida.”

Ela prosseguiu dizendo que, se for confrontado com a vida em uma prisão de segurança máxima, talvez seja melhor que Danilo morra.

“Se [a escolha é] ir para um lugar para sofrer e morrer naquele lugar, é melhor morrer logo”, disse ela. “Você não precisa sofrer tanto só para morrer mais tarde.”

“Hoje vejo meu filho morto em lugar estranho, pisoteado, todo mundo mentindo sobre ele, dizendo que ele é algo que não é”, acrescentou Iracema.

“Quando você está acostumado com o rancho, você sabe se esconder. Ele passava muito tempo no mato”, lembrou Raimundo Campos dos Santos, morador de longa data de Figueirópolis, sobre a busca.

Ele trabalhou em uma fazenda e ganhou a reputação de trabalhador esforçado – mas também de alguém que você não queria contrariar, disseram moradores anteriormente ao Times. “Ele era reservado, não falava muito”, disse Evaldo Alves Feitosa.

Carlos Humberto Jacob, amigo da vítima de Cavalcante, também disse: “Ele tinha essa fama de ter muitas armas em casa. “As pessoas costumavam dizer que ele tinha armas pesadas na fazenda.”

O brasileiro seguiu para os Estados Unidos em janeiro de 2018, após ser condenado pelo assassinato no Brasil. “Ele foi lá para trabalhar, para mudar de vida, para chegar a algum lugar”, disse Iracema, afirmando que o filho adorou a vida nos Estados Unidos. “Ele se sentia em casa lá”, disse ela. “Exceto que ele não sabia o que o esperava lá.”