Adriana Santana decidiu recorrer à Justiça para pedir indenização por danos morais contra o blogueiro Allan dos Santos, quatro deputados bolsonaristas, o ator Thiago Gagliasso e o youtuber Victor Lucchesi. Ela teve seu filho, Marlon Santana morto durante operação policial na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

O motivo do processo é que todos os citados acima compartilharam um vídeo, que já foi comprovado ser falso, no qual associava Marlon e sua mãe ao tráfico de drogas.

Nas imagens, uma mulher aparece com um fuzil durante um encontro com outras pessoas. A associação feita com Adriana foi considerada falsa, além da arma exibida ser de airsoft. Com isso, a mãe de Marlon pede um pagamento de R$ 20 mil a R$ 40 mil a cada um dos mencionados acima, além de uma retratação e a retirada dos vídeos das contas nas redes sociais.

“Eu acho que, nesse processo contra ele, o juiz vai considerar [o histórico] na hora de aplicar o dano moral. O juiz tem que reiterar a conduta repetida dele, para fixar uma indenização punitiva, para ele não fazer mais isso.”, contou ao UOL o advogado de Adriana no caso, João Tancredo.]

Além do blogueiro, os deputados estaduais Gil Diniz (sem partido-SP), Delegada Sheila (PSL-MG) e Filippe Poubel (PSL-RJ), além do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) também fazem parte do processo.

“A imunidade parlamentar se dá em razão do exercício da função. E publicar mentiras não é exercício da função”, afirmou.

Adriana pede que o ator Thiago Gagliasso pague R$ 40 mil e os demais citados, R$ 20 mil.

Ao UOL, a Delegada Sheila afirmou que ainda não tem conhecimento oficial do processo, mas que, quando fez o compartilhamento em suas redes, o vídeo “já estava em domínio público em outros canais”. Mesmo diante de uma fake news, a parlamentar procurou justificar a publicação.

“O objetivo era mostrar o paralelo entre uma mãe desesperada pela perda dos filhos, policiais enlutados pela perda de um companheiro e a realidade de traficantes nas comunidades cariocas, fato que conheço muito bem após ter trabalhado por 6 anos na Polícia Civil do Rio de Janeiro”, diz a nota.

Já Filippe Poubel  afirmou que sua assessoria jurídica não tinha ciência do processo, enquanto Luis Miranda disse que soube do processo pela reportagem e logo excluiu os vídeos.

“A publicação teve como único objetivo a defesa das forças policiais, bandeira que carrego orgulhosamente e pela qual seguirei lutando de forma implacável”, afirma em nota.

Até o momento, os outros mencionados não se pronunciaram sobre o caso.

Até o fechamento desta reportagem, Victor Lucchesi, Gil Diniz e Thiago Gagliasso não haviam respondido aos questionamentos. Até a tarde de ontem, as publicações continuavam no ar.