A mãe de Marielle Franco, Marinete Silva, depôs no júri popular de Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, assassinos confessos da vereadora, realizado nesta quarta-feira, 30, no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).

A primeira testemunha a prestar depoimento foi Fernanda Chaves, jornalista e ex-assessora da vereadora que sobreviveu ao atentado a tiros contra o veículo conduzido por Anderson Gomes.

De acordo com Marinete, Queiroz e Lessa tiraram, além da vida da vereadora, a esperança dada pela atuação da vítima como parlamentar. “Eu pari a Marielle. O filho é a dádiva que Deus te dá, só ele podia tirar a vida da minha filha. Como é uma família de muitas mulheres, aquela mulher também era um símbolo”, contou a mãe.

Marinete Silva reiterou que foi contra a candidatura de Marielle. “Eu não sentia coisa boa no meu coração em relação ao mandato partidário. Eu nunca tive partido, então isso me preocupou bastante. Mas quem era eu na época para contrariar os desejos de uma mulher de 38 anos?”, comentou a mãe da vereadora.

Após a morte de Marielle, Marinete relatou que passou por muita dor e sofrimento. A mulher contou que teve um câncer e precisou passar por quatro cirurgias desde 2018. “Eu não estou aqui para falar da Marielle enquanto parlamentar, enquanto símbolo de resistência que essa mulher hoje é para a gente no Brasil e no mundo. Estou aqui como uma mãe”, pontuou.

“É uma falta, um vazio, um coração que tem um pedaço que foi arrancado covardemente”, explicou a mãe da vereadora, acrescentando que suas filhas sofreram ataques após a morte de Marielle. “Eu nunca desisti [de acreditar] que a gente pudesse chegar a esse dia. […] Eu sobrevivi, muitas [mães] não sobrevivem.”