A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias misteriosas da morte de Vitória Gabrielly, de 12 anos, em Araçariguama, no interior de São Paulo. A família da vítima, no entanto, relata que vem recebendo mensagens agressivas e sofrendo ameaças de pessoas que acreditam que familiares estariam envolvidos no crime, ainda que não haja provas e que a investigação esteja sob sigilo.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Rosana Maciel Guimarães, mãe da menina Vitória, contou que recebeu uma mensagem que dizia: “Diz logo que foi você, assume!”. Para ela, a investigação que a polícia vem conduzindo está desnorteada e o fato de ainda não terem encontrado respostas faz com que as pessoas queiram ver culpados até onde não há.

“Não acho justo querer jogar para cima da minha família, em mim agora. Eu tenho certeza de que isso não é vingança [como a polícia diz suspeitar]. Isso daí, sei lá, talvez [alguém] pegou [Vitória] por engano e, depois que pegou por engano, teve que dar um jeito”, afirma a mãe.

Ainda segundo entrevista à Folha, Rosana conta que vem sendo criticada porque estava no trabalho enquanto a menina brincava sozinha na rua. “Até na televisão já falaram: ‘Onde estava a mãe?'”, reclamou.

Vitória Gabrielly desapareceu na tarde de 8 de junho, quando foi brincar de patins em um ginásio esportivo perto da casa da família. Seu corpo foi encontrado no último sábado (16), em uma mata da cidade, ao lado do patins que usava. Os cadarços do brinquedo foram utilizados para amarrar os braços e as pernas da menina.

O advogado da família, Roberto Guastelli, diz que não havia sinais de violência sexual e que, possivelmente, a vítima foi morta asfixiada.

Até agora, a polícia prendeu apenas um suspeito de participação no crime, que chegou a confessar envolvimento, mas deu oito versões diferentes, que não foram confirmadas. O pedreiro Julio Cesar Lima Ergesse, 24, chegou a citar a participação de um casal no crime, mas que tinha um álibi.

De acordo com a Folha de S.Paulo, a família da vítima suspeita que ele tenha problemas mentais e que os policiais possam estar diante de mais uma pista errada. “Ela [polícia] não tem um norte. Só está segurando ele porque ele confessou. Se ele não tivesse confessado, ele já estaria na rua”, afirma a mãe de Vitória.