A mãe de um jovem de 12 anos ameaça processar Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, após a divulgação de um vídeo em que o ex-coach afirma que o adolescente não sabe escrever. A declaração do candidato foi dada em uma entrevista e publicada em cortes nas suas redes sociais.

Marçal participou de uma agenda no Morro Doce, na Zona Norte de São Paulo, e gravou o garoto escrevendo no gesso se seu braço. O vídeo foi publicado nas redes sociais.

Marçal voltou a citar o garoto em uma entrevista, em que expõe a dificuldade do menino em escrever de maneira gramaticalmente correta. O candidato usou o exemplo para falar da falta de alfabetização nas escolas.

Ao site IstoÉ, a mãe da criança, Rosana Ville, se mostrou revoltada com a ação do candidato. Ela diz não ter sido informada sobre a divulgação do vídeo e nem autorizado o uso da imagem do filho para fins eleitorais.

“Meu filho ficou em prantos depois da divulgação. Já ficavam fazendo graça com ele, agora piorou”.

“Ele não precisava ter feito isso. As crianças estão falando que meu filho é analfabeto, que é super burro. Ele não quer ir para a escola. Em nenhum momento ele pediu autorização para usar a imagem do meu filho”, reforça a mãe.

Rosana afirma que o jovem reconheceu Marçal e correu para tirar uma foto com o candidato assim que o viu no local. Ela conta que o garoto tem dificuldade de aprendizado devido a um transtorno de ansiedade e déficit de atenção, além de um possível diagnóstico de transtorno do espectro autista.

“Eu recebi esse vídeo quando eu estava dirigindo, e quase bati o carro. Me deu um impacto tão forte. Aquilo acabou comigo”, afirma.

“Meu filho me mandou um áudio chorando. Ele não precisava ter feito isso. Ele só queria uma foto”, completa.

Ouça o áudio enviado pelo garoto após a divulgação do vídeo:

O advogado Vladmir da Mata Bezerra, que representa Rosana, informou que entrará com uma noticia-crime contra o candidato na Justiça Eleitoral. Além disso, ele pretende acionar a Justiça Criminal pelo uso indevido da imagem da criança, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.

O site IstoÉ tentou contato com a assessoria de Marçal para comentar o caso, mas não recebeu retorno até o momento.