CARACAS, 28 JUL (ANSA) – O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, celebrou nesta segunda-feira (28) a vitória do chavismo nas eleições municipais, após um boicote massivo da oposição no pleito. O chefe de Estado afirmou em discurso que o Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) venceu em 285 das 335 cidades, incluindo 23 das 24 capitais regionais do país.
“Vitória, vitória popular! A democracia, a paz e a unidade do povo triunfaram”, declarou Maduro.
Segundo a autoridade eleitoral, acusada de apoiar o regime chavista, mais de 6 milhões de eleitores compareceram às urnas, o que representa uma taxa de participação de aproximadamente 44%.
A data da celebração pelo mandatário venezuelano marca um ano do pleito que proclamou sua reeleição ao posto, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decretar a vitória de Maduro sobre Edmundo González Urrutia, mesmo sem nunca ter apresentado as atas eleitorais, como pede a lei.
A oposição, liderada por María Corina Machado, reivindica a vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho passado ao ter publicado em um site cópias das atas emitidas pelas urnas eletrônicas para comprovar a vitória de seu candidato, acusando Caracas de fraude eleitoral. Devido a isso, optou pelo boicote nas eleições municipais deste ano.
“O que aconteceu entre 28 de julho de 2024 e hoje?”, questionou Machado na rede X.
“Naquele dia [há um ano], 70% do país votou em Edmundo González e hoje, 90% disse não a Maduro”, acrescentou, referindo-se à taxa de abstenção no pleito municipal.
Em entrevista ao El País, Machado afirmou que “a única coisa que hoje resta a Maduro é um regime de terror que apoia a impunidade”.
Há um ano, a líder da oposição venezuelana tem vivido na clandestinidade, enquanto González está em exílio na Espanha.
Estados Unidos, União Europeia e ao menos 10 países latino-americanos não reconhecem a reeleição de Maduro. Apesar de o Brasil ter participado do coro internacional para que Caracas divulgasse as atas eleitorais, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma representante para a posse do chavista, em janeiro. (ANSA).