A ajuda humanitária entrará na Venezuela quer queiram, quer não, porque o usurpador vai ter de ir embora” Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino do país (Crédito:FEDERICO PARRA)

A situação do ditador venezuelano , Nicolás Maduro, assemelha-se cada vez mais a de um de animal acuado sem ter para onde fugir. Na semana passada, cresceu a adesão da população em torno de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela e já reconhecido por 48 países, entre eles o Brasil. Na terça-feira 12, milhares de pessoas foram às ruas em todo o país para manifestar apoio a Guaidó. Tratou-se de uma das maiores demonstrações de força do líder opositor. No protesto no centro de Caracas, Guaidó garantiu que a ajuda humanitária prometida pelos EUA entrará no país a partir do dia 23, exatamente um mês depois do início das manifestações e de sua proclamação como chefe de Estado interino. “A ajuda humanitária ingressará na Venezuela, quer queiram, quer não, porque o usurpador vai ter de ir embora”, afirmou, referindo-se a Maduro. Ele convocou 250 mil voluntários a se dirigirem a três pontos da fronteira para ajudarem na recepção e distribuição de alimentos, medicamentos e outros itens de necessidade básica que estão em falta. Um dos lugares, a fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, está bloqueado por militares. Guaidó fez um apelo a eles, pedindo que respeitem a Constituição, mas tenham senso de humanidade. “Aqui, uma ordem direta às Forças Armadas: permitam que entre a ajuda humanitária de uma vez por todas e cessem a repressão”, disse o opositor durante o protesto. O Brasil se comprometeu a montar um centro de apoio em Roraima. Maduro, em mais uma mostra de seu populismo, chegou a distribuir artigos de primeira necessidade a alguns de seus apoiadores. Mas o mundo todo sabe que o usurpador está por um fio. E torce para que esse fio arrebente.

BRASIL
Bolsonaro, Moro e as cobranças

Leo Correa/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro exigiu que a Polícia Federal conclua em duas semanas as investigações sobre o atentado que sofreu na cidade de Juiz de Fora. Ele tem todo o direito de querer uma resposta pelo tanto de cirurgias que já sofreu, e cabe-lhe o mérito de não ter se afastado do comando do País, mesmo passando por tudo isso – tem político que fica em casa quando pega resfriado. Tendo Sergio Moro como ministro da Justiça e da Segurança Pública, só se estranha o fato de ele ter cobrado a PF e não, Moro. Mais: Bolsonaro e Moro são dois batalhadores contra o crime. Deveriam cobrar, também, da polícia do Rio de Janeiro, solução imediata do assassinato de Marielle Franco.

ESPIONAGEM
O maior serviço secreto do mundo

MICHAEL SOHN

A premiê alemã, Angela Merkel, inaugurou a maior sede de serviços de inteligência do planeta. Fica em Berlim, custou US$ 1,23 bilhão, ocupa 26 hectares e possui 12 mil portas internas. Porque sediará o serviço secreto, é natural que a imprensa só pode conhecê-lo pelo lado de fora. “O seu interior é um segredo de Estado”, disse Merkel. Anteriormente, a sede da inteligência ficava em Munique. Agora, na mudança, foram transportados 58 mil equipamentos e 100 mil caixas de documentos.

JUSTIÇA
Eles não desistem

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Inconformados com o suspensão do auxílio-moradia, procuradores pressionam como podem a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 73 deles pararam de fazer trabalhos voluntários e exigem o pagamento de 16% a mais para retornarem. Isso dá R$ 4 mil a mais no holerite, mesmo valor do auxílio-moradia.

AMBIENTE
Quem tem boca fala em Roma. Ou não…

O governo brasileiro tentará impedir que sejam feitos ataques à política ambiental do País durante o Sínodo sobre a Amazônia, que acontecerá em outubro, no Vaticano. “O sínodo quer falar de terra indígena, de exploração, de distribuição de terra. São assuntos do Brasil”, disse o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Com medo de que bispos critiquem as ações federais na floresta, a administração Bolsonaro pretende convencer a Itália a falar com o papa Francisco em defesa do governo. Integrantes do Executivo desejavam, inclusive, participar das reuniões preparatórias. Receberam um sonoro não. “É um evento da Igreja para a Igreja”, avisou Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos.

RIO DE JANEIRO
A solidão das mais de mil favelas

Márcia Foletto

Para aqueles que ainda acham que o Rio de Janeiro não é um paciente terminal, alguns tristes, trágicos e absurdos dados. Na cidade estão erguidas, oficialmente, 1018 favelas. Para cuidar delas e monitorá-las existem somente três (frise-se, três) Postos de Orientação Urbanística e Social (Pousos) – eram 33, um a um foram sendo fechados. O que restou consegue orientar não mais que três comunidades. No Morro Dona Marta, no bairro de Botafogo, a sede do Pousos é hoje um bar. Para cerca de cinco mil moradores, há seis garis. “Não há como dar conta da limpeza”, diz José Mário Hilário, presidente da Associação de Moradores do Dona Marta. Na Rocinha a situação não é em
nada melhor.