O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, solicitou nesta segunda-feira (30) o apoio dos líderes mundiais depois que os Estados Unidos o acusaram por crimes de narcotráfico e ofereceram US$ 15 milhões por sua prisão.

“Diante das graves circunstâncias, solicito o seu apoio inestimável diante dessa insólita e arbitrária perseguição” de Washington, afirma uma carta assinada por Maduro e lida nesta segunda pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza.

A carta “está sendo enviada de forma personalizada para cada um dos presidentes, chefes de governo, chefes de Estado”, especificou Arreaza em um pronunciamento televisionado.

O mandatário socialista e várias figuras do poder, como o ministro da Defesa, o general Vladimir Padrino, foram acusados na última quinta-feira por Washington de ter “inundado” os EUA com cocaína colombiana.

O governo de Donald Trump ofereceu então US$ 15 milhões por informações que permitam prender Maduro e fixou outras recompensas por outros funcionários e ex-funcionários do chavismo.

Esse “espetáculo americano” está “conduzindo a um perigoso momento de tensão no continente”, segundo Maduro, que considerou as acusações falsas e chamou Trump de “miserável”.

O general aposentado Clíver Alcalá, um dos autuados pela Justiça americana, entregou-se na Colômbia às autoridades americanas, conforme informações do Ministério Público do país no último sábado.

O ex-militar, que vivia há dois anos na cidade de Barranquilla, no norte da Colômbia, foi enviado a Nova York em um voo com permissão especial diante do confinamento geral decretado na Colômbia, como forma de frear a pandemia da Covid-19, afirmou o jornal local “El Tiempo”.

“Tudo isso se trata do resgate de alguém que consideram um agente americano”, apontou Maduro em referência a Alcalá, acusado na Venezuela de orquestrar um suposto plano para assassinar o presidente e várias pessoas que estão no poder no país.

Segundo o governo venezuelano, o plano teria sido desenvolvido na Colômbia com apoio da Casa Branca.

O governo de Maduro acusa de complô o líder opositor Juan Guaidó, que é reconhecido como presidente interino na Venezuela por uma série de países, como os Estados Unidos.

A acusação de Washington é parte da escalada de esforços do governo Trump para expulsar Maduro da presidência, considerado por ele um ditador.

Apesar das pressões diplomáticas e diversas sanções econômicas dos Estados Unidos, o mandatário socialista se mantém no poder apoiado pelas Forças Armadas e por países como China, Rússia e Cuba.