O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu, nesta segunda-feira (12), “mão de ferro” aos poderes do Estado, depois dos protestos contra sua proclamada reeleição em 28 de julho, alvo de denúncias de fraude, os quais deixaram 25 mortos.

“Como chefe de Estado, chefe de governo e presidente da Venezuela, exijo de todos os poderes do Estado maior celeridade, maior eficiência e mão de ferro diante do crime, diante da violência, diante dos crimes de ódio, mão de ferro e justiça severa, certeira, fazer cumprir os princípios constitucionais”, disse o presidente.

Maduro acusou seu adversário nas controversas eleições , Edmundo González Urrutia, e a líder opositora María Corina Machado, de incentivarem um “golpe de Estado” e uma “situação de guerra civil”, que, disse, foram neutralizados.

“Onde estão os autores intelectuais desta violência? Onde estão os financiadores desta violência? Onde estão aqueles que a planejaram? Onde estão? Onde estão os que chamaram a violência e depois a reivindicaram nas redes sociais?”, interrogou Maduro.

“Onde está o senhor Edmundo González Urrutia? Por que foge? Por que teme? Por que não dá as caras? Onde está a fascista maior, a senhora Machado, que manda matar, manda assassinar?”, acrescentou o presidente.

Machado se declarou na clandestinidade em 1º de agosto, enquanto González Urrutia não é visto em público desde então.

Maduro foi proclamado presidente reeleito com 52% dos votos contra 43% de González Urrutia, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou em detalhes o escrutínio, alegando um ataque hacker a seu sistema automático de votação.

A oposição, enquanto isso, assegura que seu candidato, González Urrutia, venceu a eleição com 67% dos votos e compilou em um site na internet cópias de mais de 80% das atas escaneadas. O Ministério Público venezuelano abriu uma investigação sobre o portal.

Em meio a questionamentos internos e à pressão da comunidade internacional, o presidente apelou ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao chavismo, para que “certifique” a eleição.

Acadêmicos e dirigentes políticos consideram improcedente que esta corte certifique resultados eleitorais.

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