Cerca de 150.000 militares e policiais participam, a partir desta quarta-feira (22), de exercícios convocados pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, alguns dias após sua posse para um terceiro mandato em meio a denúncias de fraude eleitoral.
“Este é o primeiro exercício do Escudo Bolivariano 2025 para garantir a paz, a soberania, a liberdade e a verdadeira democracia na nossa Venezuela amada”, disse Maduro, cuja reeleição é considerada uma fraude pela oposição e rejeitada pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países latino-americanos.
O presidente afirmou que os exercícios buscam “garantir o respeito à Venezuela por parte de grupos que geram violência, de terroristas armados da Colômbia (…) e de todas as pessoas que ameaçam e tentam atacar a Venezuela”.
Maduro liderou a mobilização de tropas durante um evento com a presença de “7.267 combatentes leais, socialistas, anti-imperialistas e profundamente chavistas” em Fuerte Tiuna, o maior complexo militar da Venezuela.
A mobilização, que ocorrerá entre 22 e 23 de janeiro, também coincide com uma escalada da violência na Colômbia que deixou milhares de deslocados.
Diante dos confrontos entre guerrilheiros colombianos, que deixaram 100 mortos e 32.000 deslocados, centenas dos quais fugiram para a Venezuela, Maduro pediu maior segurança na fronteira porosa.
“Em primeiro lugar, é ajuda humanitária; em segundo, reforçar o ‘buffer’ militar que já colocamos há quase dois meses, há dois meses nos mobilizamos e temos mais de 2.000 homens armados do lado venezuelano em todo o perímetro dessa área de conflito”, afirmou Maduro.
“Trata-se de treinar para ter uma alta capacidade de reação integral a qualquer surpresa”, acrescentou Maduro, que frequentemente denuncia planos de conspiração “que são financiados” pela Colômbia.
O herdeiro político de Hugo Chávez, a quem a hierarquia militar jurou “lealdade absoluta”, pediu para “quebrar os dentes de qualquer grupo que tente entrar” na Venezuela.
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