O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, negou nesta sexta-feira (8) ter ligações com o Hezbollah, o movimento xiita libanês próximo ao Irã, e atacou o chefe da diplomacia norte-americana, que disse que “células” desse grupo operam no país caribenho.

Maduro, cujo mandato não foi reconhecido por cerca de 40 países, incluindo os Estados Unidos, mas apoiado pelo Hezbollah e pelo Irã, definiu o grupo xiita libanês como “um partido político legal” e destacou a existência de uma comunidade libanesa na Venezuela.

O Hezbollah “é um partido político legal da vida do Líbano (…), com ministros, com deputados e com autoridades eleitas (…), representado na ONU”, disse o presidente em uma entrevista coletiva.

“Não tivemos relações políticas” com o Hezbollah, mas há “muitos libaneses na Venezuela” e “os libaneses na Venezuela têm liberdade de pensamento”, disse ele.

Mike Pompeo, secretário de Estado de Donald Trump, disse em entrevista à Fox Business na quarta-feira que “o Hezbollah tem células ativas” na Venezuela e que os Estados Unidos têm a “obrigação” de reduzir o risco que isso representa pata a segurança regional.

Maduro criticou o chefe do Departamento de Estado americano. Pompeo é a “ponta de lança da agressão contra a Venezuela desde que era diretor da CIA”, disse Maduro a jornalistas. “Como o secretário de Estado continua maquinando como nos prejudicar”.

O presidente iraniano, Hasan Rohani, também denunciou na quarta-feira a interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos de outros países.

“Os americanos estão interferindo na América Latina e no destino da Venezuela, estamos testemunhando a interferência dos Estados Unidos em todo o mundo, e o caminho que eles tomaram não é nem benéfico para os Estados Unidos e seu povo”, disse Rohani, segundo a agência de notícias oficial Irna.