O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, falou por telefone nesta quarta-feira (17) com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e denunciou uma “escalada de ameaças” após o anúncio de Washington de um “bloqueio total” a navios “sancionados” que transportam petróleo venezuelano.
Na terça-feira, o presidente Donald Trump ordenou o “bloqueio total e completo” de petroleiros sancionados, em uma escalada de sua ofensiva contra Maduro, cujo governo ele não reconhece.
Durante o telefonema, no qual advertiu “sobre a escalada de ameaças contra a Venezuela e suas graves implicações para a paz regional”, Maduro “denunciou” comentários de seu homólogo americano nos quais “afirmou de maneira inaceitável que o petróleo, as riquezas naturais e o território venezuelano lhe pertenciam”, informou a chancelaria em comunicado.
Maduro “ressaltou que essas declarações devem ser repudiadas categoricamente pelo sistema das Nações Unidas, por constituírem uma ameaça direta à soberania, ao direito internacional e à paz”, acrescenta o texto.
Na conversa desta quarta, Maduro advertiu sobre “a escalada de ameaças contra a Venezuela e suas graves implicações para a paz regional” e protestou contra o que chamou de “atos de pirataria moderna”.
Nesse sentido, comentou sobre o navio apreendido pelos Estados Unidos em 10 de dezembro, que transportava petróleo venezuelano “legitimamente comercializado”, segundo o comunicado.
Militares americanos apreenderam em 10 de dezembro um navio-tanque que estava sancionado pelo Departamento do Tesouro e que havia acabado de zarpar da Venezuela carregado de petróleo.
Os Estados Unidos ficaram com o navio e sua carga, estimada entre 1 e 2 milhões de barris de petróleo. Caracas classificou o ato como “roubo descarado”.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, quer evitar uma “nova escalada” nas tensões entre Estados Unidos e Venezuela, afirmou um de seus porta-vozes na quarta-feira.
Guterres “está focado em evitar uma nova escalada”, disse Farhan Haq em entrevista coletiva.
“O secretário-geral faz um apelo à moderação e à distensão imediata da situação”, acrescentou.
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