O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (20) que espera melhorar as relações com os Estados Unidos após a chegada ao poder de Joe Biden, depois de rompê-las há quase dois anos com o então presidente Donald Trump.

“Devemos dizer aos Estados Unidos: queremos melhorar nossa relações para uma relação de respeito, de reconhecimento mútuo, uma relação de futuro”, disse o presidente socialista em um ato televisionado.

Maduro propôs ao Parlamento venezuelano – controlado pelo governismo após as eleições boicotadas pelos principais partidos de oposição e não reconhecidas por Washington – a “estudar” e “tomar iniciativas” frente a um “novo começo” na relação.

O governo Trump sempre manteve um enfrentamento com Maduro, a quem tachou de “ditador”, bombardeou com sanções, inclusive um embargo petroleiro, e não reconheceu como presidente desde a eleição do socialista em 2018, em um pleito considerado fraudulento.

Em 23 de janeiro de 2019, os dois países romperam relações após o reconhecimento de Washington ao líder opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela.

“Trump vai embora, mas o império fica”, sentenciou Maduro, que também chamou Biden de “ditador”.

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Seu nomeado a ocupar o Departamento de Estado, Antony Blinken, também o tachou de “ditador brutal” e disse, em uma audiência para sua confirmação no Senado, que apoiava a política de Trump de reconhecer Guaidó.

“Continuaremos trabalhando em aliança para defender a democracia e a estabilidade da região em frente à ameaça da ditadura, alcançar a liberdade da Venezuela e eleições livres”, escreveu mais cedo Guaidó, representado na tomada de posse por Carlos Vecchio, seu “embaixador” nos Estados Unidos.

Contudo, analistas acreditam que o governo Biden será mais moderado e defenderá uma mediação internacional para uma transição gradual para um novo governo na Venezuela.

Maduro, que assegurou ter escutado o discurso de Biden “três vezes”, pediu à nova administração para superar o que chamou de uma “demonização” do chavismo e “virar a página” a “tanta mentira (…) depois de quatro anos de crueldade trumpista”.

A tensão entre Caracas e Washington tem sido constante desde que o falecido ex-presidente socialista Hugo Chávez (1999-2013) esteve no poder, mas alcançou novos auges com Maduro e Trump, que chegou a afirmar que no caso da Venezuela “todas as opções” estão sobre a mesa, inclusive a via militar.


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