O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tachou nesta quarta-feira (9) de “uma estupidez” a decisão do Peru de proibir sua entrada ao país e afirmou que a Colômbia se tornou seu pior inimigo.

“Parece-me que a decisão do governo do Peru é ridícula, é uma estupidez, acho que se mete na cabeça a prepotência, a arrogância, o racismo que a oligarquia peruana teve toda a vida contra a Venezuela”, disse Maduro em coletiva de imprensa.

Na segunda-feira, o Peru se tornou o primeiro país a barrar a entrada do presidente venezuelano e dos membros da cúpula de seu governo, assim como suas transferências bancárias, em cumprimento a acordos alcançados recentemente no âmbito do Grupo de Lima.

As medidas do bloco formado por 14 países ocorreram em repúdio à posse de Maduro para um segundo mandato de seis anos, que ocorrerá nesta quinta-feira.

O chefe de Estado assegurou, no entanto, que estas determinações não têm “nenhum efeito” e acusou o Grupo de Lima de orquestrar ações para a deposição de seu governo por ordem dos Estados Unidos.

“A América Latina não deve proibir a entrada de ninguém, nem construir muros, deve dialogar para que possamos circular livremente em nossos países”, afirmou Maduro, cujo novo mandato não é reconhecido por Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos.

Na sexta-feira passada, em declaração assinada por 13 dos 14 membros (o México se absteve), o Grupo de Lima pediu a Maduro que não assuma o novo mandato e transfira o poder ao Parlamento de maioria opositora, enquanto são convocadas eleições democráticas.

Por outro lado, na continuação de sua guerra de retórica com o governo colombiano, Maduro afirmou que este país se tornou “o maior inimigo que a Venezuela tem na face da Terra”.

O presidente colombiano, Iván Duque, “é a pessoa mais obcecada, mais obstinada e que mais ódio tem do povo da Venezuela (…) Tem gente conspirando 24 horas com dinheiro, com recursos”, emendou.