O presidente venezuelano Nicolás Maduro garantiu nesta sexta-feira (18) que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, “fracassou” em sua “bélica” viagem pela América do Sul, depois do membro da administração Trump pedir a saída do líder socialista durante uma parada na vizinha Guiana.

“Mike Pompeo está em uma viagem de guerra contra a Venezuela, mas o tiro saiu pela culatra e Mike Pompeo falhou em todas as suas tentativas de organizar os governos do continente em uma guerra contra a Venezuela”, disse Maduro durante uma videoconferência com militares transmitida pelo canal do governo.

Pompeo aproveitou sua passagem pela Guiana nesta sexta-feira para insistir na saída de Maduro. Washington qualifica o líder venezuelano como “ditador” por sua reeleição em maio de 2018 denunciada como “fraudulenta” pela oposição. Assim como mais de cinquenta países, os Estados Unidos reconhecem o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino.

“Sabemos que o regime de Maduro dizimou o povo da Venezuela e que o próprio Maduro foi acusado como traficante de drogas. Isso significa que ele tem que ir embora”, disse Pompeo em Georgetown durante coletiva de imprensa ao lado do presidente da Guiana, Irfaan Ali.

Durante uma transmissão na qual foram exibidos exercícios da Milícia Bolivariana, composta por 4,5 milhões de civis e vinculada às Forças Armadas, Maduro reiterou que os Estados Unidos estão armando um complô contra ele.

“Nem mil Mikes Pompeos serão capazes de trazer a guerra à América do Sul”, disse Maduro, acompanhado pelo ministro da Defesa, o general Vladimir Padrino López, e pelo comandante da milícia.

No início deste ano o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou acusações de tráfico de drogas contra Maduro e seu círculo íntimo, oferecendo uma recompensa de 15 milhões de dólares por sua prisão.

No entanto, Maduro, sob cuja gestão o país com as maiores reservas de petróleo do mundo caiu na pior crise de sua história recente, recusa-se a recuar e mantém o apoio das Forças Armadas, consideradas o seu principal apoio, ao lado da Rússia, Irã, China e Turquia.

A turnê de Pompeo, que começou quinta-feira no Suriname, também inclui Brasil e Colômbia, como parte de uma campanha para destacar a devastação econômica da Venezuela.