Maduro condena planos de ‘golpes de Estado da CIA’ na Venezuela

Presidente ressaltou que 'povo venezuelano rejeita qualquer tentativa de intervenção externa'

REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou na última quarta-feira (15) o que classificou como “golpes de Estado orquestrados pela Agência Central de Inteligência (CIA)”.

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A declaração foi feita poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que havia autorizado operações secretas em solo venezuelano por parte da agência de inteligência americana, com o objetivo de combater cartéis de drogas no país sul-americano.

Apesar disso, o republicano não confirmou se os agentes da CIA receberam autorização para eliminar Maduro. O líder venezuelano, por sua vez, aproveitou um discurso em um comitê criado após o envio de navios de guerra americanos ao Caribe ? sob o pretexto de uma “operação antidrogas” ? para criticar a postura dos EUA de forma indireta.

“Chega de golpe da CIA. Não à mudança de regime, que tanto nos lembra das guerras eternas e fracassadas no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e assim por diante”, declarou o líder venezuelano.

Maduro também ressaltou que o povo venezuelano rejeita qualquer tentativa de intervenção externa e criticou duramente opositores exilados, além de condenar as ameaças vindas de Washington.

“É uma covardia não dar a cara, se esconder em Miami e pedir para bombardear ou atacar militarmente uma pátria de gente nobre, que só trabalha e vive em paz, como a Venezuela”, enfatizou.

Além disso, Maduro ordenou a realização de exercícios militares nos estados de Táchira, Apure e Amazonas, que fazem fronteira com a Colômbia. “Ativaremos toda a força militar de defesa global, a defesa popular e a defesa policial”, anunciou em uma mensagem de áudio divulgada pelo Telegram.

Segundo ele, a mobilização faz parte da “Operação Independência 200”, criada com o objetivo de reforçar a defesa nacional.

Enquanto Washington acusa o governo de Maduro de liderar uma vasta rede de narcotráfico com destino aos Estados Unidos, Caracas afirma que o governo Trump utiliza o combate ao tráfico como pretexto para impor uma mudança de regime e se apoderar das vastas reservas de petróleo venezuelanas. (ANSA).