CARACAS, 12 DEZ (ANSA) – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou na quinta-feira (11) a apreensão de um petroleiro pelos Estados Unidos na costa do país sul-americano, classificando o ato como “pirataria naval”. Em meio à intensificação das tensões entre Washington e Caracas, a Colômbia se mostrou pronta a aceitar um pedido de asilo do chavista.
“Eles sequestraram a tripulação, roubaram o navio e inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe”, denunciou Maduro durante um evento, acrescentando: “A Venezuela garantirá a segurança de todos os seus navios para assegurar o livre comércio do seu petróleo em todo o mundo”.
Ontem a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, afirmou que o sequestro do petroleiro teve como alvo o “regime” do líder de Caracas.
“Foi uma operação bem-sucedida, a qual garante que estamos combatendo um regime que está sistematicamente acobertando e inundando nosso país com drogas mortais”, disse Noem sobre a ação, parte de um plano para combater as “ameaças globais à segurança nacional dos EUA”.
Um vídeo divulgado pela Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi sobre a apreensão, que ocorreu na quarta-feira (10), mostra forças americanas descendo de um helicóptero para o convés do navio petroleiro usando cordas e, em seguida, entrando na ponte de comando com armas em punho.
De acordo com a Casa Branca, a embarcação será levada para um porto nos EUA.
Diante do aumento das tensões entre Washington e Caracas, a Colômbia afirmou, ainda na quinta-feira, estar pronta para considerar um pedido de asilo a Maduro, caso haja uma transição negociada de poder.
A declaração foi dada pela ministra das Relações Exteriores do governo de Gustavo Petro, Rosa Villavicencio, para a rádio Caracol, explicando que não há “obstáculos políticos ou legais” para uma possível aceitação do pedido.
No entanto, apesar da oferta a seu vizinho venezuelano, Villavencio considera “improvável” que Maduro escolha a Colômbia para se asilar, crendo como “mais provável um país distante e tranquilo”.
Desde meados do ano, forças dos EUA se instalaram no Mar do Caribe, onde têm realizado ataques a embarcações sob a justificativa de “combate ao narcotráfico”, causando a morte de dezenas de pessoas. (ANSA).