A Venezuela fechou acordos para receber 6 bilhões de dólares em investimentos russos nos setores petroleiro e de mineração, anunciou nesta quinta-feira (6) o presidente Nicolás Maduro, em Moscou.

“Foi um dia intenso, de trabalho (…) Estamos organizando um investimento petroleiro acima de 5 bilhões de dólares” e “contratos acima de 1 bilhão de dólares” para a exploração de ouro, garantiu Maduro à emissora estatal venezuelana VTV.

Maduro se reuniu na quarta-feira na residência oficial de Novo Ogarevo com seu colega russo, Vladimir Putin, em uma ofensiva diplomática para buscar apoio em meio a uma crise socioeconômica devastadora e a sanções financeiras dos Estados Unidos. Putin prometeu apoiar seus esforços.

Nesta quinta-feira, o líder venezuelano realizou reuniões com empresários para fechar acordos.

Segundo Maduro, a “relação de confiança profunda com o presidente Putin e sua equipe de governo” coloca a Venezuela “em posição vantajosa” para enfrentar uma crise caracterizada por escassez de alimentos e medicamentos, e uma hiperinflação que o FMI projeta em 1.350.000% em 2018 e em 10.000.000% para 2019.

Sem especificar prazos, o governante socialista disse que o investimento russo na área de petróleo se concentrará nas “empresas mistas” russo-venezuelanas, com o objetivo de aumentar a produção do país sul-americano em “quase 1 milhão de barris”.

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A produção da Venezuela despencou de 3,2 milhões para 1,1 milhão de barris por dia na última década, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Em setembro, Maduro se comprometeu, em uma visita a Pequim, a aumentar as exportações de petróleo destinadas à China em 1 milhão de barris por dia, para o que se faz necessário investir US$ 5 bilhões.

Por enquanto, a extração venezuelana continua a cair: em outubro recuou 3,3%, a 1.171.000 barris por dia, segundo fontes secundárias citadas pela Opep.

Maduro acrescentou que, em matéria de mineração, contratos para a exploração de diamantes com injeção de recursos russos se somarão no futuro aos acordos auríferos.

Pouco mais de um mês depois de assumir um segundo mandato com a rejeição de grande parte da comunidade internacional, o governante socialista tenta encontrar um impulso de seus aliados.

Antes de viajar para Moscou, ele se encontrou na segunda-feira em Caracas com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e nos dias anteriores ele recebeu o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hojattolah Soltani, e o presidente da Assembleia Suprema da Coreia do Norte, Kim Yong Nam, representante de Estado de Kim Jong Un.


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