Cíntia Mariano Dias Cabral foi presa temporariamente por ser suspeita de envenenar dois enteados. Para um deles, ela teria servido no dia 15 de maio feijão com chumbinho. Agora, foi constatado que durante oito anos a mulher cuidou de 14 crianças do programa Família Acolhedora, recebendo em sua casa menores de idade que tiveram os direitos violados. As informações são do jornal Extra.

Conforme dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, ligada à Prefeitura do Rio de Janeiro, Cíntia participou no projeto entre os anos de 2013 e 2021. Ela recebeu, nos dois primeiros anos, uma bolsa-auxílio de R$ 450 mensais. A partir de 2015, o valor foi reajustado para R$ 688.

Ainda segundo a pasta, essa quantia serve para auxiliar os custos da criança ou adolescente acolhido.

A Secretaria Municipal também informou que Cíntia foi habilitada, no dia 9 de setembro de 2011, no Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora no Polo 8 – Bangu “após passar por criterioso processo de habilitação, envolvendo as fases de seleção, preparação, cadastramento e acompanhamento, por entrevistas, visitas domiciliares e capacitações, conforme os princípios, diretrizes e orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente e o que determina o documento Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”.

“Todo o processo de habilitação é acompanhado pela Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, que determina judicialmente a entrada de qualquer criança ou adolescente no programa federal, na cidade do Rio”, acrescentou a pasta.

Relembre os casos de envenenamento

No dia 23 de maio, o prontuário médico de Bruno Cabral, de 16 anos, internado por suspeita de envenenamento, apontou que ele teve uma “intoxicação exógena”, quando o corpo sofre com alguma substância externa.

O RJ2, da TV Globo, teve acesso ao documento, que diz que ele não possui comorbidades e que deu entrada no Hospital Albert Schweitzer, em 19 de maio, apresentando nível baixo de consciência.

As suspeitas são de que ele e a sua irmã, Fernanda Cabral, de 22 anos, tenham sido intoxicados propositalmente pela madrasta, Cíntia Mariano, de 49 anos, que está presa.

Fernanda foi internada em 15 de março com mal-estar e dificuldade para respirar. Ela ficou hospitalizada por 13 dias, mas não resistiu e morreu.

A polícia recebeu o prontuário médico de Fernanda, com mais de 170 páginas, e acredita que o documento pode ajudar a esclarecer o caso.

O corpo da jovem foi exumado e submetido a uma perícia diferente para identificar substâncias tóxicas.