PARIS, 7 FEV (ANSA) – O presidente da França, Emmanuel Macron, se reuniu nesta segunda-feira (7) com seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscou, e pediu uma “desescalada” da tensão na fronteira com a Ucrânia, na tentativa de “evitar uma guerra”.
“O diálogo é necessário porque é a única coisa que ajudará, na minha opinião, a construir um contexto de confiança, segurança e estabilidade no continente europeu”, disse Macron, citado pela agência Tass.
O líder francês ressaltou ainda que está pronto para “começar a construir uma resposta eficaz” para “evitar uma guerra”.
Putin, por sua vez, elogiou o papel da França na formação da segurança europeia e observou que aprecia os esforços de Macron para ajudar a garantir “uma segurança igual na Europa” e intermediar um acordo para a crise ucraniana.
“Percebo que compartilhamos a preocupação com o que está acontecendo na Europa na esfera da segurança”, disse o líder russo. “Eu vejo quantas iniciativas a atual liderança francesa e o presidente, pessoalmente, estão empregando para resolver a crise relacionada à garantia de segurança igualitária na Europa, para uma perspectiva histórica séria”, acrescentou Putin.
A reunião entre Macron e Putin é mais um dos esforços internacionais para neutralizar a crise envolvendo Rússia e Ucrânia. O dia será de encontro entre líderes mundiais para debater o tema.
Depois de Moscou, o presidente francês viajará a Kiev, onde se encontrará com o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky. Na sequência, ele viaja a Berlim junto ao presidente polonês, Andrzej Duda, para uma cúpula.
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, por sua vez, vai a Washington para se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, República Tcheca, Eslováquia e Áustria viajarão a Kiev.
O acúmulo de cerca de 100 mil soldados russos perto da Ucrânia alimentou as preocupações ocidentais de uma possível ofensiva. O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou que a Rússia poderia invadir a Ucrânia “a qualquer dia”, desencadeando um conflito que teria um “enorme custo humano”.
O governo de Putin negou quaisquer planos de atacar seu vizinho, mas exige que os Estados Unidos seus aliados impeçam a Ucrânia de ingressar na Otan.
No último domingo, Macron chegou a conversar por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre “esforços diplomáticos” para combater a crise.
Entrevista coletiva – Após cinco horas de reunião, Macron e Putin participaram de uma entrevista coletiva conjunta, na qual o líder russo classificou o diálogo como “concreto e útil”.
Putin disse que a Otan é tudo menos uma organização pacífica, mas expressou sua esperança de que os “esforços diplomáticos continuem a encontrar soluções de compromisso”.
Para o russo, “algumas das ideias apresentadas por Macron sobre questões de segurança podem ser usadas para mais passos em comum com Moscou”.
Segundo Macron, os dois líderes tentaram “construir elementos de convergência”, apesar de visões às vezes divergentes com o russo. “O primeiro elemento é a necessidade de trabalhar para evitar qualquer escalada que não seria do interesse de ninguém, em um período em que as pessoas são severamente testadas pelo contexto sanitário e aspiram à estabilidade”, acrescentou.
Por fim, o presidente francês explicou que os próximos dias serão decisivos e serão necessárias discussões intensas. (ANSA)