O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira (7), durante sua visita ao México, que se mantém “vigilante” em relação ao acordo entre a União Europeia e o Mercosul, depois que suas declarações “otimistas” sobre o pacto comercial despertaram críticas na França.
Em coletiva de imprensa conjunta com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, Macron declarou que a França espera “respostas claras” sobre o acordo, temido por agricultores e pecuaristas franceses diante da possibilidade de que seu mercado seja inundado por carne, açúcar ou arroz provenientes dos países membros do bloco sul-americano – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
O presidente francês lembrou que anteriormente havia dito que o acordo “não era aceitável” para o setor agrícola de seu país, mas que, após a apresentação de um elemento “novo” com uma “cláusula de salvaguarda agrícola robusta”, mostrou-se “otimista” em relação às negociações.
Na quinta-feira, durante a COP 30 em Belém, Macron disse estar “bastante otimista” quanto à possibilidade de aceitar o acordo comercial criticado na França, graças às cláusulas de salvaguarda propostas pela Comissão Europeia a pedido de Paris e sob a condição de que sejam aceitas pelos países do Mercosul.
Esses comentários foram criticados por grande parte da classe política francesa e pelo setor agrícola, que os consideraram uma “renúncia”.
“Como venho fazendo desde o primeiro dia, com responsabilidade e distante de todos os discursos demagógicos, defendo os interesses de nossos produtores industriais assim como dos agrícolas”, respondeu o chefe de Estado francês do Palácio Nacional do México.
Entre as condições exigidas pela França, Macron mencionou “medidas espelho” para que os produtores de todos os países signatários sigam as mesmas regras sobre pesticidas e alimentação animal, além de “controles sanitários reforçados”.
“Continuo vigilante porque não tenho visibilidade sobre tudo. E por isso a França continua aguardando respostas claras”, insistiu.
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