O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se nesta segunda-feira (26) com a líder da extrema direita, Marine Le Pen, em sua rodada de consultas para nomear um novo primeiro-ministro, enquanto aumenta a pressão para superar quase dois meses de bloqueio político.

Le Pen e a estrela em ascensão da extrema direita Jordan Bardella chegaram ao Palácio do Eliseu, sede da Presidência, onde Macron mantém consultas desde sexta-feira.

A França está em um limbo político desde as eleições legislativas de dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho, nas quais a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) terminou em primeiro lugar, com 193 das 577 cadeiras na Assembleia.

Apesar de estar longe da maioria absoluta de 289 deputados, o NFP, formado por socialistas, comunistas, ecologistas e pelo partido de esquerda radical A França Insubmissa (LFI), pede para formar um governo e propõe Lucie Castets, economista de 37 anos.

Mas o presidente de centro-direita, que iniciou a sua rodada de consultas com a coalizão de esquerda, recusou por enquanto nomeá-la como chefe de Governo, considerando que não tem maioria suficiente na Assembleia.

Alcançar uma maioria estável parece difícil com a nova Câmara Baixa. A aliança de Macron obteve 166 deputados, seguida pela extrema direita e seus aliados (142) e pelo tradicional partido de direita Os Republicanos (LR, 47).

Todos eles já anunciaram que apresentariam uma moção de censura caso o futuro governo tivesse ministros da LFI, mas por enquanto o nome de Castets é o único na mesa, devido à rejeição da direita a um acordo de coalizão com Macron.

O veterano líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon considerou não participar do governo de Castets, e preparar o caminho para a sua nomeação, mas isso não dispersou completamente a resistência dos demais blocos.

Macron chocou a França com a inesperada antecipação das legislativas marcadas para 2027, após a vitória de Bardella nas eleições europeias, e agora não pode dissolver novamente a Assembleia até julho de 2025.

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