O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta quarta-feira (23) a cerca de 50 dirigentes das principais empresas do setor digital mundial, incluindo o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, que se comprometerem em favor da educação, da saúde e do emprego.

“Espero de vocês discussões francas e diretas para ver como podemos melhorar a situação social, as desigualdades, as mudanças climáticas e resolver juntos os problemas coletivos”, declarou Macron diante de seus convidados no palácio presidencial do Eliseu.

Além de Zuckerberg, na lista de convidados para este encontro a portas fechadas chamado de “Tech for Good”, estão Satya Nadella (Microsoft), Dara Khosrowshahi (Uber), Ginni Rometty (IBM), Bill McDermott (SAP) e Jimmy Wales (Wikimedia), entre outros.

Antes do encontro, vários grupos anunciaram medidas concretas, como Uber e Deliveroo, que vão oferecer a ser funcionários um seguro social privado.

Esta reunião, após a qual espera-se outros anúncios, acontece em plena tempestade pelo vazamento de dados, notícias falsas, ou evasão fiscal que arranharam a imagem de várias dessas grandes companhias.

Zuckerberg chegou diretamente de Bruxelas, onde, na terça-feira, desculpou-se no Parlamento Europeu pelo “dano” causado pelas falhas na proteção dos dados dos usuários da popular rede social, no escândalo da empresa britânica Cambridge Analytica, acusada de ter manipulado os eleitores americanos.

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Macron, que quer transformar a França em uma “nação startup”, está buscando “iniciar um diálogo franco e direto” com os responsáveis pelos gigantes digitais sobre “a regulação, ou a governança internacional”, explicaram conselheiros da Presidência.

Considerado um presidente pró-empresa após as reduções dos impostos sobre grandes fortunas e ganhos de capital, Macron também defende ativamente em Bruxelas a imposição de impostos mais altos para os gigantes de Internet. Muitas dessas empresas pagam muito pouco imposto na França, na avaliação do governo.

Este encontro é organizado poucos dias antes da entrada em vigor, em 25 de maio, do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) europeu, que obriga os grupos que operam na Internet a adaptarem suas condições de uso às leis europeias.

O RGPD criará, ou fortalecerá, os direitos individuais e imporá obrigações rigorosas às empresas que coletam, ou processam, informações pessoais dos europeus onde quer que estejam estabelecidas.

Todas essas empresas e organizações que coletam dados, estejam elas presentes, ou não, na Internet, terão de cumprir as regras, ou enfrentar multas pesadas.

Essas regras incluem para os cidadãos o “direito de saber” quem lida com seus dados e para qual finalidade, bem como o direito de se opor a seu uso, principalmente para prospecção comercial.


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