PARIS, 14 SET (ANSA) – O presidente da França, Emmanuel Macron, participará de uma missa celebrada pelo papa Francisco em Marselha na próxima semana, “um evento popular e festivo”, informou o Palácio do Eliseu nesta quinta-feira (14).   

O anúncio é feito após a presença do líder francês na celebração de 23 de setembro no estádio Velódrome de Marselha ter sido alvo de críticas, principalmente pelo fato de o governo ter proibido meninas de usarem a abaya, uma vestimenta típica muçulmana, nas escolas do país.   

Segundo a fonte, “a controvérsia diz respeito apenas a um partido político. Não é de forma alguma uma controvérsia nacional”.   

“A República não subsidia nenhum culto, mas isso não significa não manter relações com cultos. O país sempre teve relações com todas as religiões. Respeito pela liberdade de culto, respeito por acreditar ou não acreditar”, acrescenta.   

A declaração faz referência à discussão sobre secularismo levantada nos últimos dias por vários parlamentares do partido de oposição França Insoumise, de Jean-Luc Mélenchon.   

No entanto, fontes do Eliseu confirmaram a presença de Macron na missa, “mas não na Eucaristia”, porque “são duas coisas diferentes”. Além disso, expressaram surpresa por não ter havido polêmica semelhante quando Macron compareceu, por exemplo, à celebração religiosa no funeral de Johnny Halliday ou Jacques Chirac.   

Francisco chegará à segunda maior cidade francesa no fim da tarde do dia 22 de setembro e será recebido por Macron. Em seguida, irá à Basílica de Notre-Dame de La Garde para uma oração mariana com o clero local.   

Seu último compromisso no dia será um momento de recolhimento com líderes religiosos em um memorial dedicado a marinheiros e migrantes desaparecidos no mar.   

Já no dia 23, após uma audiência com pessoas em situação de vulnerabilidade social, o Papa discursará na sessão conclusiva de um encontro sobre o Mar Mediterrâneo, palco de inúmeras tragédias de migrantes nos últimos anos.   

A expectativa é de que a situação migratória seja o principal tema de discussão da viagem, tendo em vista a “convergência” entre Jorge Bergoglio e Macron sobre a necessidade de “uma abordagem europeia” para a crise, bem como de um fortalecimento das relações com os países de partida, na sequência dos recentes acordos com a Tunísia.   

“Acredito que estes encontros em Marselha sejam úteis neste momento e é útil que o Papa e o presidente possam conversar juntos sobre este tema”, acrescentam as fontes. (ANSA).