PARIS, 6 JUN (ANSA) – O presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, iniciaram nesta quinta-feira (6) as celebrações do 75º aniversário do desembarque na Normandia, até hoje o maior já feito em toda a história.
As comemorações são acompanhadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e numerosos veteranos da Segunda Guerra Mundial – dezenas deles presentes no Dia D, data que marcou o início do fim do domínio nazista na Europa.
Cerca de 12 mil pessoas participam da cerimônia no cemitério de Omaha Beach, em Colleville-sur-Mer, uma das praias do desembarque. Embora o evento seja realizado no território francês, May foi a anfitriã da celebração. Durante seu discurso, a primeira-ministra britânica agradeceu Macron por sua contribuição na criação do monumento memorial.
May ainda prestou homenagem à “coragem” e “devoção” dos soldados que desembarcaram em 6 de junho de 1944.
“Nenhum soldado, nenhum piloto, nenhum marinheiro sabia se ficaria vivo quando o sol se pusesse”, disse ela.
Macron, por sua vez, falou brevemente em inglês para reiterar a força dos “elos únicos” entre a França e o Reino Unido, apesar do Brexit, que não foi citado. “Aconteça o que acontecer, estaremos sempre lado a lado, porque é nosso destino comum”. O presidente francês ainda ressaltou a gratidão de seu povo pelo sacrifício dos soldados britânicos para libertar seu território.
“Os debates do presente não tiram nada do nosso passado comum e do nosso futuro comum”, reforçou.
Em seguida, o mandatário francês e sua esposa Brigitte cumprimentaram cordialmente Trump e a primeira-dama norte-americana, Melania.
No cemitério, Macron pediu aos Estados Unidos que “renovem sua amizade com a França” e que sejam fiéis à promessa “de Normandia: não esquecer nunca que quando os povos livres se unem podem enfrentar todos os desafios”.
O líder ressaltou que o país comandado por Trump “se torna gigante quando luta pela liberdade dos outros”. Ele, inclusive, pediu para o norte-americano recuperar a direção do multilateralismo, responsável por permitir a libertação da Europa do nazismo.
“A vitória contra a barbárie teria sido impossível sem os Estados Unidos. E foi obtida graças a que as forças armadas estavam unidas”, acrescentou.
Já Trump também prestou homenagem aos veteranos do Dia D, definindo-os como “o orgulho do nosso país”. “Nossa dívida é eterna. Hoje os americanos abraçam o povo francês e agradecem pelo tributo aos nossos mortos”, ressaltou o republicano. Enquanto isso, em uma entrevista à BBC, o príncipe Charles lembrou que o Reino Unido perdeu “um número incontável de pessoas especiais” entre os soldados que deram suas vidas naquela ocasião e que todos estão ” em dívida ” com a memória e famílias. Ontem (5), a Rússia pediu a todos para não “diminuir” o papel da União Soviética na derrota de Adolf Hitler. Durante anos, o presidente Vladimir Putin e as autoridades russas denunciaram o “esquecimento” que abrange as 27 milhões de mortes soviéticas na Segunda Guerra Mundial. (ANSA)