O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quarta-feira(7) que os ataques executados pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro foram o “maior massacre antissemita do nosso século”, durante uma homenagem nacional aos 42 franceses assassinados na incursão.

“A madrugada do último 7 de outubro emergiu o indizível das profundezas da História”, declarou no Palácio do Inválidos, em Paris.

“Eram 06h e o Hamas lançou de surpresa o ataque maciço e odioso, o maior massacre antissemita de nosso século”, afirmou o presidente a familiares das vítimas.

Esta homenagem nacional, a primeira em um país fora de Israel, é celebrada quando o ataque do movimento palestino completa quatro meses.

O atentado, sem precedentes, deixou cerca de 1.160 mortos, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. Os milicianos também sequestraram cerca de 250 pessoas e 132 continuam reféns na Faixa de Gaza, das quais 29 podem estar mortas.

Com 42 cidadãos franceses e franco-israelenses mortos, três ainda desaparecidos ou supostamente sequestrados, quatro reféns libertados e seis feridos, a França tem o pior número de vítimas desde o ataque em Nice, em 14 de julho de 2016, no qual 86 pessoas morreram e 400 ficaram feridas.

“Há 68 milhões de franceses de luto pelos ataques terroristas de 7 de outubro”, destacou o presidente francês.

“68 milhões menos 42 vidas tomadas, 68 milhões entre as quais há seis feridos, 68 milhões entre as quais há quatro com vidas marcadas para sempre por seu sequestro(…)”, continuou, comparando as vítimas à população total da França.

Macron também insistiu que a França luta diariamente pela libertação dos três cidadãos do país que foram sequestrados pelo Hamas e fez um apelo a “não ceder em nada ao antissemitismo desenfreado e desinibido”.

A França tem a principal comunidade judaica da Europa, com cerca de 500 mil membros, e cerca de 100 mil pessoas com dupla nacionalidade residem em Israel.

A resposta de Israel para “aniquilar” o Hamas, com uma ofensiva militar na Faixa, deixou até agora mais de 27.500 mortos, especialmente mulheres e menores, segundo as autoridades do território.

A Presidência francesa também pretende prestar uma “homenagem” às vítimas francesas dos bombardeios israelenses em Gaza, mas ainda não indicou data ou local.

Cada vítima foi representada por uma fotografia. Muitas das 55 famílias presentes viajaram de Israel em um voo especial.

A presença de membros do partido França Insubmissa (LFI, esquerda radical), que se recusaram a qualificar o ataque como “terrorista” não foi bem aceita por familiares das vítimas.

“Acho que eles não precisavam estar aqui”, disse Ishay Dan, cujo irmão, Ofer Kalderon, 53 anos, continua sequestrado pelo Hamas, que também matou dois de seus sobrinhos.

Autoridades da comunidade judaica consideraram a presença destes políticos como “indecente”, um “insulto”.

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