O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou neste domingo (21) as declarações de seu contraparte americano, Donald Trump, que qualificou as nações africanas, o Haiti e El Salvador de “países de merda”.

Ao ser questionado durante uma entrevista à BBC, divulgada hoje, sobre se compartilhava do mal-estar provocado pela expressão, Macron respondeu: “está claro que não é uma palavra que possa ser usada”.

“Acredito que muitos dos nossos problemas no Oriente Médio e na África se devam a muita frustração, muita humilhação no passado, e temos que compreender isso. Acredito realmente que temos que respeitar todos os países. É o que devemos, e é muito mais eficaz”, defendeu o presidente francês.

“Não é um uso político”, declarou Macron, referindo-se a Trump, que neste fim de semana completa um ano na Presidência.

“Temos uma relação muito boa (…) Quero trabalhar com ele, e construímos uma relação forte”, afirmou, indicando que os dois “discordam sobre diversos temas”.

“Ligo para ele frequentemente, sempre sou extremamente direto e franco”, declarou Macron, que explicou: “às vezes, consigo convencê-lo e, às vezes, fracasso”.

Macron qualificou os abundantes e polêmicos tuítes do presidente americano de “mistura entre reações pessoais e políticas”.

“Acho que isso não é viável, quando se é presidente de uma república como os Estados Unidos”, acrescentou.