PEQUIM, 3 DEZ (ANSA) – O presidente da França, Emmanuel Macron, desembarcou nesta quarta-feira (3) na China para uma visita de Estado que tem a guerra na Ucrânia e relações bilaterais na agenda. Mas imbróglios locais ligados a Taiwan e Tibet também podem entrar na pauta.
Em sua quarta ida ao gigante asiático como chefe de Estado, Macron irá se reunir em Pequim com seu homólogo chinês, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro local, Li Qiang, a fim de discutir o cessar-fogo no leste europeu.
“Contamos com a China, que, assim como nós, é membro permanente do Conselho de Segurança para pressionar a Rússia e, em particular, Vladimir Putin, a finalmente concordar com uma trégua”, disse o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, na segunda-feira (1º).
Segundo Barrot, “Pequim pode desempenhar um papel crucial para guiar Moscou a tomar a decisão correta”.
Macron fez apelos semelhantes durante sua última viagem ao país asiático em abril de 2023 e também durante a viagem de Xi à França, em maio de 2024, sem muito sucesso.
Por mais que Pequim defenda negociações de paz e respeito à integridade territorial da Ucrânia, o país nunca condenou a Rússia pela invasão de 2022, ao mesmo tempo que tem fortalecido suas relações econômicas e estratégicas com o governo Putin.
O presidente francês também pode ter que lidar com outros dois problemas locais: Taiwan e Tibet. A última passagem de Macron pelo território chinês em 2023 foi marcada por comentários que tentaram limitar o compromisso da França em apoiar Taipei. Atualmente, Pequim visa obter o apoio de Paris na recente disputa com o Japão sobre Taiwan, após a premiê de Tóquio declarar estar pronta para uma intervenção militar em caso de um ataque chinês contra a ilha.
Em relação ao Tibet, diversas associações em defesa da população local esperam que o mandatário francês “não se esqueça da tirania chinesa contra a região autônoma”, que inclui “violações dos direitos humanos e repressão das minorias”.
Depois de Pequim, Macron deve seguir para Chengdu, onde dois pandas gigantes emprestados à França foram devolvidos recentemente. (ANSA).