O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira (3) que apresentará um projeto de lei para lutar contra as “fake news” (“notícias falsas”) na internet durante o “período eleitoral”, em uma referência velada aos meios de comunicação públicos russos RT e Sputnik.

“Vamos fazer evoluir nosso dispositivo jurídico para proteger a vida democrática dessas notícias falsas”, declarou em uma mensagem de Ano Novo o chefe de Estado francês.

Pouco depois de sua eleição, em maio do ano passado, Macron criticou duramente o que considerou uma ingerência dos meios de comunicação russos durante a campanha eleitoral.

Macron classificou o Russia Today e o Sputnik de “órgãos de influência” do regime russo, o que foi desmentido energicamente por Moscou.

Macron também anunciou que os poderes da autoridade de regulação do setor audiovisual serão aumentados “para lutar contra toda tentativa de desestabilização por parte de serviços de televisão controlados ou influenciados por Estados estrangeiros”.

“Isso permitirá rejeitar acordos com esse tipo de serviço” incluindo os conteúdos “na internet”, explicou Macron.

Macron chegou a acusar o RT e o Sputnik de ter divulgado “propaganda mentirosa”.

O RT lançou em dezembro sua rede de televisão em francês.

Documentos internos de pessoas do círculo próximo ao então candidato Macron apareceram nas redes sociais, uma operação denunciada como uma tentativa de “desestabilização da democracia”.

Com este projeto de lei, os sites “são obrigados a tomar medidas de maior transparência sobre todos os seus conteúdos patrocinados, para tornar pública a identidade dos anunciantes e dos que os controlam”, informou.

“Em caso de difusão de uma notícia falsa, será possível apresentar uma ação ao juiz”, o que poderia resultar no fechamento do site, assegurou.