O presidente francês, Emmanuel Macron, alertou, nesta quinta-feira (25), que a Europa “pode morrer”, durante um discurso sobre o futuro do continente no qual fez um apelo ao reforço de sua “soberania” em um mundo no qual “as regras do jogo” foram modificadas.

“Devemos ser lúcidos de que atualmente a nossa Europa é mortal, pode morrer”, declarou Macron, em um discurso na universidade de Sorbonne em Paris, alertando que o futuro do continente depende das “decisões” que são tomadas “agora”.

Entre os temas os quais que teria que tomar decisões, citou a transformação digital, a inteligência artificial, a transição ecológica, o rearmamento militar, entre outros.

“Ficaram para trás os dias em que a Europa comprava sua energia e fertilizantes da Rússia, exportava sua produção para a China e delegava sua segurança aos Estados Unidos”, assegurou Macron.

Para o chefe de Estado francês, situações, como a que o Irã esteja perto de conseguir a bomba atômica, mudaram “as regras do jogo”.

O mandatário apresentou, portanto, uma Europa “cercada” frente às grandes potências regionais mundiais e avaliou que os valores europeus da “democracia liberal” estavam “cada vez mais” questionados.

Por isso, defendeu uma Europa forte que “se faça respeitar”, “garanta sua segurança”, “proteja suas fronteiras” e retome sua “autonomia estratégica” para se preparar diante dos “riscos aos quais está exposta”.

“Temos que construir esse conceito estratégico de uma defesa europeia crível”, disse o presidente francês, que também defendeu uma capacidade europeia própria em “ciberdefesa e cibersegurança”.

A nível diplomático, Macron defendeu uma Europa como “força de equilíbrio”, entre a China e os Estados Unidos, que coopere com as “grandes potências” e mobilize estratégias de cooperação com a América Latina, África e outras regiões do mundo.

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