Decisão é anunciada após mais de 1.300 serem presos na quarta noite seguida de violentos protestos em várias cidades francesas. Viagem do presidente francês começaria neste domingo e iria até terça-feira.O presidente francês, Emmanuel Macron, adiou uma visita à Alemanha agendada para começar neste domingo, anunciou o escritório da presidência alemã. A decisão de adiamento é divulgada após quatro dias de tumultos na França.

“O presidente francês Macron falou hoje por telefone com o presidente alemão (Frank-Walter) Steinmeier e o informou sobre a situação em seu país”, disse o escritório do presidente alemão neste sábado (01/07). “O presidente Macron pediu o adiamento de sua planejada visita de Estado à Alemanha”, acrescentou.

O Palácio do Eliseu disse separadamente que Macron expressou seu desejo de permanecer na França nos próximos dias, dada a situação no país. Nenhuma nova data foi acordada para a visita, segundo uma fonte francesa.

Steinmeier “lamenta o cancelamento e tem total compreensão, dada a situação em nosso país vizinho”, afirmou seu escritório no comunicado. Ele espera que “a violência nas ruas termine o mais rápido possível e que a paz social possa ser restaurada”.

A visita de Estado é vista como uma oportunidade para revigorar a relação entre os dois gigantes da UE, com Macron programado para cruzar o país de oeste a leste em sua visita de três dias.

A viagem marcaria a primeira visita de Estado de um presidente francês à Alemanha desde 2000, quando Jacques Chirac viajou a Berlim. Uma fonte francesa observou, no entanto, que os dois lados têm “muitas oportunidades de se encontrar” e que uma visita de Estado é antes de mais uma forma de celebrar a amizade franco-alemã do que um encontro estritamente político. Como tal, o momento para esta visita “não era o mais propício”.

Distúrbios na França

As forças de segurança prenderam ao menos 1.311 pessoas na França na quarta noite seguida de tumultos pela morte de um adolescente baleado pela polícia, informou o Ministério do Interior neste sábado.

A França mobilizou 45 mil policiais durante a noite de sexta-feira, que saíram às ruas com veículos blindados para impedir os protestos violentos desencadeados pela morte na terça-feira de Nahel, um adolescente de 17 anos baleado à queima-roupa por um policial durante uma blitz de trânsito em um subúrbio de Paris.

O enterro de Nahel foi agendado para este sábado em Nanterre, sua cidade natal.