A Argentina vai às urnas neste domingo no primeiro turno das eleições presidenciais. As pesquisas de intenção de voto apontam que o atual presidente, Maurício Macri, deve ser derrotado logo no primeiro turno, de maneira esmagadora, pelo peronismo do candidato da oposição, Alberto Fernández, que tem a ex-mandatária Cristina Kirchner em sua chapa como vice.
Macri aparece nas sondagens com apenas 32% das preferências, contra 52% de Fernández. Pelas regras da Argentina, um candidato pode ser declarado vencedor se conseguir 45% dos votos, ou 40%, mas desde que alcance 10 pontos percentuais de diferença do segundo colocado.
Nas primárias eleitorais, em agosto, Macri foi derrotado por Alberto Fernández, o que fez o dólar disparar e a bolsa sair, reagindo ao cenário político argentino. Tentando ganhar o eleitorado, Macri anunciou o aumento do salário mínimo e trocou o ministro da Fazenda. Mas o país enfrenta um cenário de crise, com a taxa de desemprego em torno dos 10% e limites para a compra de dólar.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro já deu declarações públicas de que preferiria a reeleição de Macri a um retorno do peronismo, quebrando a tradição diplomática de não interferir em pleitos em outros países. Apesar da crise, a Argentina ainda é um importante parceiro comercial do Brasil. Já Cristina Kirchner anunciou em maio que seria candidata na chapa de Alberto Fernández, seu antigo chefe de gabinete.
Os dois tinham rompido relações em 2008, com Alberto Fernández sendo uma das principais vozes críticas a Kirchner. No entanto, diante do cenário político, reaproximaram-se. A ex-presidente, que responder a vários processos judiciais na Argentina, decidiu se lançar como vice, em uma estratégia para unir votos de dois setores do peronismo e preservar sua imagem política – já arranhada pelos escândalos.