O presidente argentino, Mauricio Macri, convocou opositores políticos, empresários, sindicatos e igrejas para discutir um programa de dez pontos com o qual procura estabilizar a economia volátil do país, a seis meses para as eleições presidenciais.
“Claramente, tivemos problemas para alcançar acordos sobre questões básicas do nosso desenvolvimento econômico (…) Por isso, toda vez que um processo eleitoral se aproxima, há muitas dúvidas sobre o nosso futuro”, diz Macri em carta dirigida à presidente Cristina Kirchner, assim como aos pré-candidatos Sergio Massa e Roberto Lavagna, entre outros da oposição.
Alguns dos pontos levantados por Macri para discussão são: equilíbrio fiscal, independência do Banco Central e luta contra a inflação, segurança jurídica, estímulo às exportações, reforma da legislação trabalhista e cortes de impostos.
Também propõe um sistema de aposentadoria “sustentável e equitativo”, um sistema estatístico fiável e o cumprimento dos pagamentos aos credores.
O governo de Macri assinou no ano passado um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 56 bilhões de dólares, com o compromisso de alcançar o equilíbrio fiscal em 2019 e superávit em 2020.
O chamado de Macri – feito menos de uma semana depois de uma greve nacional de sindicatos e da oposição – tem sido fortemente questionado por seus adversários, embora setores empresariais e a Igreja Católica sejam a favor de um amplo diálogo.
“Se eles nos chamarem para assinar este acordo de dez pontos, não conte conosco”, disse Agustin Rossi, chefe do bloco parlamentar Frente à Vitória (esquerda do peronismo), de Kirchner.
“O acordo é o roteiro do FMI, é para os mercados, mas não para os argentinos”, acrescentou Rossi.