BUENOS AIRES, 14 AGO (ANSA) – O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou hoje (14) uma série de medidas econômicas que incluem o aumento do salário mínimo e o congelamento do preço do combustível. O pacote foi divulgado apenas três dias após Macri, candidato à reeleição à Presidência, perder as primárias para o kirchnerismo. Analistas veem como uma estratégia para reverter sua baixa popularidade. Mas, de acordo com Macri, as medidas já vinham sendo trabalhadas por sua equipe econômica e a ideia principal é que minimizem a inflação, causada parcialmente pela desvalorização do peso e disparada dos preços. O governo argentino ordenou o congelamento do preço do combustível por 90 dias, o aumento de 25% do salário mínimo (atualmente em R$ 902) e um reajuste de 40% da bolsa auxílio “progresar”, para estudantes, e para o programa Asignación Universal por Hijo, outro tipo de bolsa voltada para famílias.   

O público-alvo das medidas é a classe média-baixa da população argentina, que tem apoiado a candidatura do opositor Alberto Fernández à Presidência nas eleições de 27 de outubro. Ele tem como vice em sua chama a ex-presidente Cristina Kirchner. No domingo (11), quando foram realizadas primárias obrigatórias, Fernández ficou com 48% dos votos, contra 33% de Macri. Em uma coletiva de imprensa, Macri também se desculpou pela reação que teve na segunda-feira passada (12), quando criticou o kirchnerismo pelo temor dos mercados e a subida do dólar.   

“Respeito profundamente a decisão dos argentinos”, disse o mandatário, convidando a oposição para o diálogo.   

Na segunda, o presidente tinha dito que “a alternativa kirchnerista não tem credibilidade no mundo, o kirchnerismo isola a Argentina do mundo” e que “seus eleitores precisam entender isso”.   

Brasil – O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, voltou a falar nesta quarta-feira sobre as eleições na Argentina e a possibilidade da oposição vencer em primeiro turno. “Olha o que está acontecendo com a Argentina agora. A Argentina está mergulhando no caos. A Argentina começa a trilhar o rumo da Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, disse. (ANSA)