O contraste do comportamento do crédito livre no primeiro semestre deste ano, em especial para Pessoa Jurídica, em relação à primeira metade de 2015 chamou a atenção do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. “O crédito às empresas caiu significativos 7,5% no primeiro semestre. No ano passado, em igual período, crescia 1,4%”, comparou.

De acordo com o técnico do BC, há um queda bastante abrangente e generalizada ente as modalidades de financiamento. “São fatores sistêmicos, é um ambiente de crescimento baixo e de incertezas”, constatou. Isso fica mais claro, de acordo com Maciel, no caso do segmento de capital de giro, que recuou 7,4% no primeiro semestre deste ano. No mesmo período, a conta garantida teve baixa de 7,1%.

Renegociação

Maciel chamou a atenção para a quantidade renegociação de empréstimos para as pessoas físicas com recursos livres no primeiro semestre deste ano. A alta no período foi de 7,0% e, na margem, houve avanço de 1,6% de maio para junho. Com essas variações, o volume de financiamentos renegociados no mês passado chegou a R$ 28,902 bilhões.

Maciel observou também que o volume de crédito destinado às famílias, no segmento com recursos livres, ficou praticamente estável de maio para junho, apresentando uma baixa de 0,2%. Ele lembrou que essa modalidade tem oscilado ao longo dos últimos meses, mas que apresenta tendências distintas, com aumento da busca por crédito consignado e pelo rotativo do cartão de crédito, respectivamente as modalidades de financiamento que apresentam as taxas de juros mais baixas e mais elevadas do mercado.

“O consignado é uma boa notícia. Cresceu no semestre e é um empréstimo de boa qualidade, mas por outro lado também houve aumento de linhas de menor qualidade, em particular o rotativo”, afirmou.