Os vestígios de um passado profundamente ligado à exploração de diamantes, que impulsionaram o desenvolvimento da região no século XIX, ainda estão no pequeno vilarejo de Xique-Xique de Igatu através das ruínas das antigas casas de garimpeiros que ainda pontilham as encostas das montanhas, localizados no coração da Chapada Diamantina, na Bahia.

A pequena cidade, que já foi cenário de filmes e documentários, hoje é protegida pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) e pelo Parque Nacional.

Xique-Xique de Igatu (BA)
Fotos Divulgação

Foi por volta de 1840 que a região da Chapada Diamantina, famosa por sua beleza natural, cachoeiras, cânions e trilhas pelo cerrado da região, começou também a atrair a atenção de aventureiros e garimpeiros com a descoberta de diamantes na região, e muitas pessoas migraram para lá na esperança de enriquecer com a mineração.

Na época, Igatu foi um dos principais centros de mineração de diamantes e a vila cresceu rapidamente, abrigando uma população diversificada, transformando a vila em um local movimentado e próspero, com belas casas de pedra e uma atmosfera peculiar.

No entanto, com o tempo, a exploração intensiva dos diamantes levou ao esgotamento das minas e a uma diminuição gradual da atividade de mineração, deixando Igatu adormecida, quase esquecida. As casas de pedra e as ruínas das antigas minas são como testemunhos silenciosos do passado. E ainda estão lá.

Xique-Xique de Igatu (BA)

As construções de pedra que emolduram as ruas estreitas e sinuosas compostas de casinhas seculares no vilarejo onde habitam apenas cerca de 400 pessoas (que mais parecem 40) levam a fama de ‘cidade fantasma’. E, em meio às ruínas, o que parece um oásis em meio às pedras é na verdade um museu a céu aberto de arte e memória e pasmem, com um café ao fim da galeria (que serve crepes deliciosos!) montado pelo artista plástico baiano Marcos Zacariades, que vive no município de Mucugê, na Chapada Diamantina e expõe algum de seus trabalhos ali, juntamente com peças antigas da época da mineração.

Xique-Xique de Igatu (BA)

Para chegar até Igatu, utiliza-se a entrada da BA 142 que fica a cerca de 50 km de Lençóis, porta de entrada da região, entre Andaraí e Mucugê e o caminho final será de pedra e terra (cerca de 12 km).

O que fazer

Além das ruínas e da galeria, a cachoeira dos pombos, a trilha de travessia de Igatu – e a Rampa do Caim, que oferece uma vista incrível do Vale do Pati e do importante rio Paraguaçu. Igatu também é palco natural para a prática de escalada em Boulder.

Além dos atrativos naturais, todo ano a cidade é sede do Festival de Música Brasileira, que acontecerá este ano no feriado de 7 de Setembro, em três dias de show. Os artistas costumam hospedar-se na Pousada Pedras de Igatu, a melhor opção da cidade.