Vanderlei Luxemburgo admitiu no vestiário do estádio Independência que já esperava uma oscilação do Corinthians após a desgastante batalha emocional contra o Atlético-MG, no meio de semana, na Copa do Brasil. O treinador lamentou que sua equipe não rendeu o esperado na derrota por 2 a 0 diante do América-MG, e pediu atenção no “traiçoeiro” Brasileirão.
Sem Gil, suspenso, o treinador ainda descansou o lateral-esquerdo Matheus Bidu temendo uma lesão grave após o jogador sentir o adutor da coxa, e também preservou Renato Augusto até metade da etapa final pensando na “decisão” da Copa Libertadores, quarta-feira, em visita ao Independiente del Valle. Com mudanças, apesar da manutenção do esquema com os três zagueiros, a equipe não repetiu o volume ofensivo do jogo passado e pouco fez para merecer um resultado positivo em Belo Horizonte.
Após a quinta derrota seguida como visitante no Nacional (ainda não fez ponto longe de casa), Luxemburgo alertou o elenco que é preciso uma reação, sobretudo longe da Neo Química Arena, para evitar o pior no fim do ano.
“O que precisamos analisar é o seguinte: o Brasileirão é muito perigoso. São equipes centenárias que estão aí e precisamos somar pontos para ter gordura para queimar. Sacrifiquei os jogadores depois de um jogo duro, mas tiveram a parte mental muito direcionada nesse jogo contra o Atlético-MG. Eu sabia que seria dessa forma, mas mantive porque precisava ganhar, daí vai uma bola parada e resolve”, avaliou o treinador, alertando o grupo e ao mesmo tempo lamentando um pênalti bobo que acabou colocando o rival na frente do placar – a bola bateu no braço de Caetano.
“Estamos no caminho certo, mas temos de fazer algumas coisas para não ficarmos ali naquela zona (perto da faixa de rebaixamento). Tem de ter gordura. Se ganhássemos hoje, falariam em Libertadores. Não me assusto, pois a gente sabe o que o pessoal está querendo”, seguiu.
Mesmo assim, o técnico não escondeu que seria difícil repetir a atuação de gala apresentada contra o Atlético-MG. Ele sentiu seu grupo com enorme desgaste, físico e mental que acabaram sendo decisivos para a quinta derrota no Brasileirão.
“Sabia que teríamos uma queda, é normal. Você vem de porrada em porrada, consegue crescer e faz um grande jogo, consegue uma vaga que ninguém acreditava. Eu sabia que seria assim. Tentei jogar o pessoal para cima, estava para cima, mas a parte mental de buscar o resultado contra o Atlético-MG prevaleceu”, justificou. “Tivemos um desgaste mental muito forte e é normal a queda. Não tem culpados.”
O técnico ainda saiu em defesa de suas escolhas ao deixar Bidu e Renato Augusto, destaques na classificação às quartas de final da Copa do Brasil, na reserva. Apenas o meia entrou na reta final.
“Não coloquei o Bidu pois teve um desconforto no adutor. Ele tinha uma lesão antiga ali, uma fibrose, e optei por tirar porque uma lesão no adutor dura cinco, seis semanas e você perde o jogador por não sei quantos jogos”, avaliou. “Mantive os três zagueiros e deixei o Renato no banco pensando na quarta-feira, pois o Brasileirão ainda tem muitos jogos, e evitar uma sobrecarga para não ter uma nova lesão”, explicou, sem esconder que a aparição foi abaixo do que imaginava. “Foi um jogo ruim.”