Todo fim de semana, lutadores de todo o Afeganistão se reúnem em um campo de terra em Cabul para competir em um esporte que combina judô e luta livre.

Essas reuniões atraem multidões que torcem por seus favoritos, geralmente lutadores de sua região, e zombam daqueles que querem que percam.

“Eu luto há 17 anos”, diz Mohamad Atef, um homem musculoso de 30 anos da província de Samangan, norte do Afeganistão, após derrotar seu adversário.

O judô e a luta livre são muito populares no norte do país e alguns de seus campeões chegam a saborear a glória nacional.

A disciplina que praticam no campo empoeirado do Parque Chaman-e-Huzuri é uma mistura das duas modalidades, e os árbitros garantem que as regras sejam aplicadas.

As lutas geralmente não duram mais do que um ou dois minutos e os oponentes se abraçam independentemente do resultado.

“Hoje meu adversário era de Kunduz”, uma província próxima à fronteira com o Tadjiquistão, acrescenta o jovem lutador.

“Usei uma técnica em espiral e acabei derrotando-o”.

Os lutadores são escolhidos de acordo com seu peso e histórico pelos promotores que organizam as lutas.

O vencedor leva para casa algum dinheiro e, embora o Talibã proíba oficialmente, apostas circulam sobre o resultado da luta.

Após cada rodada, o dinheiro é repassado discretamente de mão em mão entre os espectadores.

Hekmat, um jovem de 21 anos também de Samangan, está apenas começando sua carreira. Ele está feliz com sua primeira vitória.

“Eu luto há cerca de 10 anos. Desde que era criança”, diz à AFP.

Não havia sinais de talibãs entre a multidão reunida em Cabul.

Os assistentes afirmam que o grupo prefere evitar as competições esportivas.

“Nós mesmos organizamos”, declarou um árbitro. “Não é para o Talibã”.

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