Embalado com seis vitórias consecutivas no UFC, o lutador Elizeu Capoeira festeja a ótima fase. Em metade desses combates ele ganhou uma premiação extra de “luta da noite”, ou seja, ganhou um cheque de US$ 50 mil em cada ocasião. Isso dá um total de R$ 612 mil de bônus, que ele usa para ajudar seus parentes e arcar com os altos custos de treinamento.

“Sempre sobra pouco, mas é um dinheiro bem empregado. Graças a Deus consegui fazer a casa da minha mãe, consegui ajudar ela e minha família lá em Francisco Beltrão, e consegui me ajeitar um pouco também. É sempre complicado ficar falando de dinheiro. Não sobra muito para gente, mas o que sobra a gente tentar dar uma vida melhor para a família”, afirma.

Aos 31 anos, ele se orgulha de trazer sua luta no sobrenome. “Levo com muito orgulho e com muito peso também, porque a comunidade da capoeira sempre cobra muito. Tento fazer o meu melhor sempre para poder representar muito bem esse nome”, explica o lutador.

Ele começou a treinar capoeira aos 9 anos de idade. Muito tempo depois, quando já tinha 21 anos, ingressou no MMA profissional. “Já não era tão novo, mas sempre fui um cara muito dedicado. Então a base que eu tive da capoeira me deu sustentação para poder ingressar em outras artes marciais e aprender com mais facilidade”, diz. “A capoeira é tudo. É luta, já foi reconhecida como esporte nacional, é um orgulho nosso. É um esporte genuíno daqui, que foi criado aqui. É cultura, luta, estilo de dança”, continua.

Elizeu venceu recentemente Luigi Vendramini por nocaute técnico no UFC São Paulo. Antes, tinha superado Sean Strickland, Max Griffin, Lyman Good, Keita Nakamura e Omari Akhmedov. A boa fase coloca o lutador no caminho dos grandes nomes da divisão e ele aguarda uma chance contra um atleta bem ranqueado na categoria meio-médio. Para além das vitórias convincentes, seu jeito plástico no octógono também chama atenção.

“Eu acredito que meu estilo vende muito, o pessoal realmente gosta. Meu trabalho está sendo feito e mais cedo ou mais tarde ele vai ser reconhecido. Como sempre falo, é um passo de cada vez, desde que seja um passo firme e consistente para justamente poder ir para frente”, avisa, sonhando enfrentar o ex-campeão Robbie Lawler.

Para Elizeu Capoeira, o melhor está por vir. “Estou bem focado. Quero dar o melhor sempre e fazer meu trabalho com alegria. O dia que essa felicidade acabar dentro do octógono, para mim é sinal de que chegou a hora de me aposentar. O tempo atlético realmente é curto, mas estou com 31 anos e acredito que não cheguei ao auge ainda, dá para batalhar muito e ter três ou quatro anos com alta performance”, garante.