Luísa Maita havia acabado de entrar no táxi que a levaria do Aeroporto de Guarulhos para casa. Fizera shows pelo território norte-americano, de Nova York a Austin, a atual meca indie do país, com Fio da Memória, o segundo disco dela, um flerte com novas sonoridades sintéticas que contrastam com a quentura da voz da cantora de 34 anos. Nessa estadia pelos Estados Unidos, Luísa garantiu elogios de diferentes publicações: do rigoroso Pitchfork, site dedicado à música alternativa, aos tradicionais The New York Times e Chicago Tribune. Tudo isso antes de lançar o segundo álbum dela, sucessor de Lero-Lero, de 2010, em São Paulo. Fio da Memória chegará à cidade, enfim, nesta quinta-feira, 20, com a apresentação realizada no Serralheria, às 21h. Ela também faz show no Centro Cultural São Paulo, no domingo, 27, a partir das 18h.

“(As críticas da imprensa internacional) sacaram muito bem o que o disco significa”, avalia Luísa. Mesmo que algumas referências sejam, por natureza, mais locais para os brasileiros, os elogios ao trabalho da cantora passam pelas batidas vagarosas e costumeiramente eletrônicas que desenham o álbum. A capa, de cor predominantemente vermelha, representa o calor dos versos compostos e cantados por ela, responsáveis por impedir que Fio da Memória soe sintético ou gélido demais.

O segundo álbum de Luísa começou a ser erguido ainda em 2013, com a música Na Asa, também a faixa escolhida para abrir o disco. Uma das três parcerias iniciais com o produtor Tejo Damasceno, uma das metades do núcleo de produção chamado Instituto. Tejo assina também as músicas Volta e Jump. “Ainda estava experimentando qual seria o caminho que percorreria nesse disco”, relembra a cantora. “Ele tinha a harmonia dessa música e cheguei com a letra. Na Asa aconteceu assim, de primeira. Quis dar um tempo para compor mais. Depois disso, o Tejo começou a ficar ocupado com outros projetos. Foi então que chamei o Zé Nigro para que ele pudesse me ajudar a encontrar o meio termo entre o acústico e o eletrônico.”

Zé Nigro assina a produção musical ao lado de Luísa. Ao longo de três semanas, a dupla e Luiz Cavalcanti buscaram as harmonias e criaram o esqueleto do que viriam a ser as 11 músicas de Fio da Memória. “Componho algumas vezes no violão, procurando por harmonias simples. Faço algumas outras músicas cantando, mesmo. Desde esse começo, já imagino um pouco do jeito da música. A produção não é uma coisa sem contexto.”, ela diz. De volta a São Paulo, Luísa vê Fio da Memória em casa, enfim. “Para mim, é um disco bem paulistano”, ela diz. “É andar embaixo do Minhocão. É muito preto e branco.”

LUÍSA MAITA

Serralheria.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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