O ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira, 2, após escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo a Polícia Federal, os valores apropriados entre 2019 e 2024 podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
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O anúncio foi feito pelo próprio ministro por meio das redes sociais, e confirmado minutos depois pelo Planalto. Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, assume como novo ministro.
Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade.
Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, +
— Carlos Lupi 🇧🇷🌹 (@CarlosLupiPDT) May 2, 2025
A Polícia Federal, em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União), deflagrou a Operação Sem Desconto, com o objetivo de investigar um esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas da autarquia. A ação resultou no afastamento de cinco servidores e na demissão do ex-presidente do INSS Alessandro Antônio Stefanutto, após determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo as corporações, os segurados eram registrados como membros de associações voltadas a aposentados sem o consentimento dos beneficiários.
A investigação sobre o suposto esquema de fraudes teve início em 2023 dentro da CGU. Após a identificação de indícios de crimes, a corporação federal foi acionada e instaurou 12 inquéritos, atuando em três eixos: entidades associativas; operadores financeiros e servidores.
Em entrevista coletiva, no dia 23 de abril, enquanto o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, explicaram como ocorreu o esquema de fraudes, enquanto Lupi defendeu Stefanutto, que até então só tinha sido afastado do cargo.
Pesou também contra o ministro o fato dele ter sido alertado sobre o ocorrido em 2023. Segundo o Jornal Nacional, que teve acesso a atas de reuniões, Lupi demorou quase um ano para adotar as primeiras providências sobre os descontos ilegais em benefícios dos assegurados.
Lupi reconheceu a demora para dar início às investigações, mas negou que tenha sido omisso perante o caso.
No dia 30 de abril, a Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal aprovou o convite a Lupi para que preste esclarecimentos sobre o esquema de fraudes. O pedido partiu do senador Rogerio Marinho (PL-RN).