Na quarta viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, seu filho mais velho, o acompanhou durante dois eventos em Portugal. Mesmo sem cargo público, Lulinha, como é conhecido, participou da cerimônia de entrega do prêmio Camões, na última segunda-feira, 25, ao cantor e compositor Chico Buarque, no Palácio de Queluz, em Sintra.

Nos dois mandatos do pai, Lulinha conseguiu sair de monitor de zoológico e instrutor de informática para dono de sete empresas, incluindo a Gamecorp/Gol, que teve aporte milionário da estatal Telemar na gestão petista.

A presença dos filhos de Lula em viagens oficiais era comum em suas duas primeiras gestões do petista. Das quatro viagens internacionais feitas por Lula até agora, porém, esta é a primeira em que se tem notícia da presença de ao menos um de seus filhos.

Em 2009, o presidente foi alvo de críticas por permitir que Lulinha e mais 15 acompanhantes pegassem carona em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). À época, a viagem era para levar o então presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles a São Paulo.

Fora da comitiva

A Secretaria de Imprensa da Presidência disse ao Estadão que Lulinha não integrou a comitiva oficial em Portugal e tampouco usou dinheiro público, mas, sim, “recursos próprios” para custear as despesas da viagem.

“Nenhum empresário ou filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou no avião da comitiva e nenhum filho do presidente esteve no hotel em que a equipe do presidente e o mesmo estiveram hospedados”, informou a Secretaria, em nota.

O nome de Lulinha não aparece na lista, obtida pelo Estadão, de empresários convidados pela Agência Brasileira de Promoção à Exportação (Apex) para participar do Fórum Empresarial Portugal-Brasil. O filho mais velho do presidente tem um histórico de atuação nos ramos de editoração e desenvolvimento de aplicativos para celular.

A Lava Jato investigou como a partir de 2006, ainda no primeiro mandato de Lula, o primogênito do presidente e seus sócios receberam aportes milionários de empresas em troca de serem beneficiadas por medidas do governo petista.

De acordo com a Presidência, o convite para Lulinha participar da cerimônia de premiação de Chico Buarque foi feito “por todas as partes envolvidas”, portanto, pelo próprio cantor e pelos governos brasileiro e português, que organizaram o evento.