01/01/2023 - 15:18
Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente da República na tarde deste domingo, 1º. O petista tornou-se, assim, o primeiro político brasileiro a assumir o cargo por três vezes graças ao voto popular.
As formalidades da posse tiveram início às 14h20, quando Lula e Geraldo Alckmin desfilaram no Rolls-Royce presidencial rumo ao Congresso, ladeados por Rosângela Silva, a Janja, e Lu Alckmin. A presença do vice-presidente e da esposa no carro aberto é inédita — usualmente, somente o chefe do Planalto e a primeira-dama são levados no automóvel. Os quatro foram recepcionados na rampa do parlamento pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e adentraram a sede do Legislativo ladeados pelos Dragões da Independência.
O trecho inicial do rito da posse chamou atenção. A condução de Lula ao Congresso em um carro blindado chegou a ser cogitada em razão de ameaças à integridade física do presidente eleito por radicais da extrema-direita. O Rolls-Royce não transitou protegido pela Cavalaria. A segurança ficou por conta de pelo menos vinte policiais federais, que acompanharam o cortejo a pé.
No Congresso, Lula descartou formalidades e atravessou o plenário da Câmara entre cumprimentos a chefes de Estado e parlamentares, além de selfies. A sessão solene de posse começou às 14h55, com um minuto de silêncio em homenagem a Pelé e ao papa emérito Bento 16, mortos na última semana.
Em seguida, houve a execução do Hino Nacional. Logo depois, Lula e Alckmin assumiram o Compromisso Constitucional. “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição da República, observar as suas leis, promover o bem geral do Brasil, sustentar-lhe a união, a integridade e a independência”, leram. Os dois, então, assinaram o termo de posse, sob aplausos.
O petista, aliás, quebrou o protocolo ao contar uma história antes de gravar a assinatura do documento. “Em 1989, eu estava fazendo comício no Piauí. Um cidadão me deu essa caneta e disse que era para eu assinar a posse se ganhasse aquelas eleições. Não ganhei em 89, 94 ou 98. Em 2002, eu ganhei as eleições e, quando cheguei aqui, tinha esquecido a minha caneta e usei a do senador Ramez Tebet. Em 2006, assinei com a caneta aqui do Senado. Agora, eu encontrei a caneta. E essa caneta aqui, Wellington, é uma homenagem ao povo do Piauí”, contou.
O presidente fará, agora, um pronunciamento à nação. Na sequência, será a vez de Rodrigo Pacheco assumir o microfone. A sessão será encerrada em seguida, e Lula rumará para a área externa do Congresso, onde lhe serão prestadas honras militares.
A posse de Lula ocorre após um extenso período de ataques à democracia brasileira. O petista não receberá a faixa presidencial das mãos de Jair Bolsonaro, que viajou aos Estados Unidos na última sexta-feira (30), em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), sem informar a previsão de retorno, enquanto apoiadores dele acampam em frente a quartéis em busca de uma intervenção militar.