Lula telefonou para Maduro na mesma semana em que conversou com Trump

Visita do empresário Joesley Batista à Venezuela e temor de invasão americana motivaram telefonema

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na mesma semana em que houve um telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, ocorreu uma outra ligação entre o chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o mandatário venezuelano.

Segundo a colunista Janaína Figueiredo, do jornal O Globo, foi a primeira conversa “amistosa” entre ambos em muito tempo. Durante o diálogo cordial, o petista demonstrou preocupação com o avanço militar dos EUA no Caribe e reiterou sua disposição em ajudar. Maduro, por sua vez, não mencionou os ultimatos dados por Trump para que abandone o poder.

De acordo com uma fonte, integrantes dos consulados de Brasília e Caracas classificaram como uma boa notícia o fato de Lula e Maduro terem conversado.

Sobre a motivação do telefonema, não houve muita informação, mas as fontes ouvidas pela coluna revelaram ser importante o Brasil de oferecer como mediador no conflito entre EUA e Venezuela.

Outro ponto que pesou para a reaproximação de Lula e Maduro foi a visita de Joesley Batista a Caracas, em que empresário se reuniu com o presidente venezuelano.

Durante seus contatos com Trump, o petista busca reiterar os riscos de um possível ataque militar na região e defende a necessidade de se procurar por uma saída política e diplomática para a crise.

Mesmo não se articulando com outros países latino-americanos, o Brasil tem conversado com governos sobre o tema, um deles seria a Colômbia, que teria oferecido a cidade de Cartagena como um local para uma futura conversa presencial entre Trump e Maduro.

A relação com a Venezuela é tratada como sensível pelo Palácio do Planalto. O governo brasileiro continua sem reconhecer Maduro como legítimo presidente da Venezuela, após denúncias de fraudes nas eleições de 2024. O relacionamento entre os dois países é preservado, e o Brasil se mostra preocupado com a instabilidade regional provocada por um ataque dos EUA ao território venezuelano.